Em seu primeiro levantamento da safra 2007/08 de cana-de-açúcar, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou uma produção brasileira recorde de 527,977 milhões de toneladas, 11,2% mais que na safra anterior. Do total, 461,63 milhões (ou 87,4%) serão cultivadas na região centro-sul e o restante (66,34 milhões), no Norte e Nordeste.
A estimativa ficou bem acima das previsões feitas por consultorias e entidades do setor. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) estima que a produção no centro-sul ficará em 420 milhões de toneladas – mesma previsão feita pela Job Economia e Planejamento. A consultoria Datagro prevê rendimento ainda menor, de 415 milhões na região, considerando a perda de produtividade causada pela seca que afetou o brotamento das soqueiras e em 2006 e o excesso de chuvas e pouca luminosidade, que afetou o desenvolvimento da cana nas lavouras nos primeiros meses deste ano.
A maior discrepância refere-se às regiões Norte de Nordeste, onde a Conab prevê uma produção total de 66,34 milhões de toneladas, com as maiores expansões de produção no Ceará (de 20%), Tocantins (15,5%), Amazonas (10,9%) e na Paraíba (10,9%). As consultorias estimam um volume bem inferior, entre 58 milhões a 60 milhões de toneladas.
De acordo com o levantamento da Conab, de toda a cana a ser esmagada pelo setor sucroalcooleiro, 59,41% serão processadas por usinas de São Paulo. O Paraná, Estado que ampliou a área plantada em 25% e deve colher 32,3% mais neste ciclo, chegando a 45,162 milhões de toneladas, processará 8,97% da safra brasileira. O restante será esmagado em Minas (7,85%), Alagoas (5,26%), Goiás (4,24%) e Pernambuco (3,5%).
Em todo o país, 50,53% da cana será destinada à produção de álcool, que deve aumentar 14,54% neste ciclo, para 20,01 bilhões de litros. Do total, 53,11% serão de álcool hidratado, voltado a atender a frota brasileira de veículos flex. A produção nacional de açúcar deverá crescer 3,6%, para 31,31 milhões de toneladas.