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Emprego na indústria paulista em dezembro foi o pior em cinco anos

Um total de 1351 postos de trabalho foram fechados pela indústria paulista em 2003. O número, apurado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), indica uma queda de 0,08% em relação ao nível de emprego do ano anterior. Na comparação mês a mês, dezembro passado foi o pior dos últimos cinco anos, com redução de 11.307 postos de trabalho graças ao fim de contratos sazonais e a programas de demissões incentivadas em setores representativos como veículos e autopeças.

O balanço de 2003 ficou dentro do esperado pela Fiesp segundo Cláudio Vaz, recém-empossado diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da entidade. Ele lembra que, apesar de dezembro de 2003 ter apresentado os piores indicadores dos últimos cinco anos, novembro foi o melhor dos últimos três anos, com abertura de 4.418 vagas – o desempenho de novembro chegou a gerar falsas expectativas de que ainda em 2003 haveria uma retomada efetiva do nível de emprego na indústria. Isto, no entanto, só deve acontecer a partir de abril, de acordo com Cláudio Vaz.

O economista não esconde o otimismo com relação à recuperação da economia. “Certamente a atividade econômica deste ano deve ser melhor que no ano passado e é natural que a indústria tenha desempenho ainda melhor que o resto da economia”, afirma. E vai além: “O cenário mais pessimista, para nós, é de um crescimento de 3,5% do PIB”.

O otimismo é endossado por uma pesquisa realizada pela Fiesp no final do ano passado. De acordo com o levantamento, 75% dos sindicatos vinculados à Fiesp estão muito confiantes com relação aos rumos da economia do país. Desses, mais da metade acredita no crescimento do mercado interno.

“As condições de crescimento são favoráveis”, justifica Cláudio Vaz. O economista enumera quatro fatores que acredita serem indicativos de uma retomada da atividade industrial no país: recomposição de parte do poder aquisitivo dos trabalhadores com os dissídios do final de 2003, queda de juros, aumento do crédito e força do setor exportador.

Indagado sobre os reflexos desta retomada da atividade industrial no nível de emprego, Cláudio Vaz evitou fazer prognósticos definitivos. “Depende de onde vier o crescimento”, avalia o economista. Se for decorrente das exportações, o nível de emprego deve crescer em torno de 1,5% pois o setor exportador é bastante automatizado. Se, no entanto, o crescimento refletir a ampliação do mercado interno – e a Fiesp acredita nisso -, a retomada de emprego pode chegar a 3%. (Fonte: Agência Brasil)