O etanol de cana-de-açúcar é o biocombustível mais aceitável do ponto de vista ambiental, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE). “A melhor forma de produzir etanol, levando em conta razões ambientais, é com cana-de-açúcar, como o Brasil faz”, afirmou ontem o presidente do Conselho de Governadores da entidade, John Ryan, que comparou o combustível com o etanol procedente do milho, como o produzido nos Estados Unidos.
A direção da AIE informou ontem que uma delegação está disposta a visitar o Brasil nas próximas semanas. O diretor-executivo da AIE, Claude Mandil. explicou que a agência está intensificando as relações com o Brasil e outros grandes países emergentes, como parte da missão que o G8 – os sete países mais industrializados e a Rússia – encomendou à AIE.
O Brasil, que foi convidado, junto a outros quatro países, às últimas reuniões do G8, é “um importante país produtor e consumidor” de energia, afirmou. Mandil lembrou que o G8 encomendou à AIE que elabore vias energéticas mais sustentáveis para o futuro e para compartilhar “as melhores práticas” em termos de eficiência, especialmente quanto à tecnologia.
Perguntado se ele recomenda que se deixe de produzir o etanol com milho, Mandil disse que “não é tão ingênuo assim” e explicou que o etanol de milho “também” está relacionado com “políticas agrícolas”. Os dois dirigentes ressaltaram que o essencial agora é encontrar a segunda geração de biocombustíveis, procedentes de resíduos, fragmentos de madeira, restos de celulose, etc.
O desenvolvimento dessa nova geração de biocombustíveis teria muitas vantagens, não somente na luta contra a mudança climática, e não competiria com colheitas de alimentos, explicou Mandil. Como aumentar o uso de biocombustíveis e, sobretudo, como passar à segunda geração foi um dos temas abordados na reunião ministerial da AIE.