O Brasil poderá sediar uma reunião crucial do G-4, que reúne também Estados Unidos, União Européia e India, prevista para 20 de junho. “Alguns querem que seja no Brasil”, disse o ministro Celso Amorim. A reunião poderá servir para bater o martelo sobre um possível entendimento, que abriria as portas para o acordo da Rodada Doha. Amorim declarou-se esperançoso, porque os números mostram flexibilidade. “Uma redução dos subsídios agrícolas americanos, de US$ 22 bilhões para US$ 18 bilhões, é um avanço”, exemplificou o ministro, sem confirmar se esse é o montante proposto por Washington.
Acordo difícil
O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, advertiu que se os países não forem capazes de concluir a Rodada Doha, as perspectivas ficam mais difíceis para um acordo global sobre clima, porque este “é dez vezes mais difícil”. A Agência Internacional de Energia (AIE) apresentará à cúpula do G8+5, no mês que vem, na Alemanha, relatório preliminar sobre a situação energética, mas não enfocará o etanol. O diretor da entidade, Claude Mandil, mostrou-se prudente sobre o biocombustivel em geral, mas positivo sobre o etanol brasileiro, a partir de cana-de-açúcar, ao contrário do etanol a partir do milho, nos EUA.
Adesão à OCDE
“O Brasil não está procurando selo de qualidade, porque sua economia já tem isso”, disse o ministro Celso Amorim, referindo-se a eventual negociação do país com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para se tornar membro pleno. A entidade deve abrir negociações com Chile, Israel, Rússia, Estônia e Eslovênia, mas quer atrair o Brasil e outros grandes emergentes. Fontes disseram que o Brasil quer evitar o que ocorreu com o México, que aderiu à OCDE e deixou de participar de grupos em desenvolvimento, perdendo, a partir daí, todas as votações em que se candidatava nas organizações internacionais.