O Programa Nacional do Álcool, lançado durante o governo do presidente Ernesto Geisel, em 1975, completará este ano 32 anos, se consolidado como um dos mais bem sucedidos programas de energia alternativa renovável de todo o mundo.
Entretanto, foi preciso que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em recente visita oficial ao Brasil, viesse comprovar pessoalmente os benefícios do uso do álcool combustível e também do biodiesel, para que o tema do etanol, como preferem os norte-americanos, entrasse na agenda mundial.
Hoje ninguém pode negar que o tema álcool é objeto de discussão nos Estados Unidos, na França, no Japão e na Venezuela, só para citar alguns dos países que têm dedicado maior atenção ao uso do álcool.
Tive a oportunidade de participar, recentemente, do Brazilian Summit, tradicional encontro anual de negócios promovido pela Câmara Brasileira-Americana de Comércio, com sede em Nova York, que atrai a atenção de investidores, bancos de investimentos, bancos comerciais, corretoras de valores, agência de risco e também famosas bancas de advogados tanto do Brasil, quanto dos Estados Unidos.
O encontro, como sempre, foi realizado no legendário Waldorf-Astoria Hotel, e, mais uma vez, reuniu uma seleta platéia interessada em conhecer o cenário atual da economia brasileira, tendo em vista que o encontro teve como principal conferencista o Ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Surpresa geral, entretanto, foi a inclusão na pauta deste último Brazilian Summit de todo um bloco de conferências voltado para a discussão de fontes de alternativas renováveis, a questão do álcool e a bem-sucedida experiência brasileira com os veículos bi-combustíveis, ou “flex fuel” como são mais comumente chamados.
Tive o privilégio de ser o conferencista convidado pela Câmara Brasileira-Americana de Comércio para um painel e pude testemunhar o interesse e entusiasmo de seus participantes pelo progresso que o Brasil vem fazendo no uso da tecnologia “flex fuel”. Comentei ainda a viabilidade do veículo “Multipower”, que possibilita também o uso do gás natural veicular – GNV – associado ao sistema “flex”.
Nos EUA, existem bombas de combustíveis para abastecer veículos denominados E-85, resultado de uma mistura de 85% de álcool derivado de milho e 15% de gasolina.
Os veículos “flex fuel” no Brasil deram independência ao consumidor. Hoje a frota de veículos “flex fuel” já superou a marca de 3 milhões de unidades e até 2.012, de acordo com dados da Anfavea, vão atingir 12 milhões de veículos.