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Álcool sobe até 5%. No Rio, perde a vantagem

Os consumidores, principalmente no Estado do Rio, devem ficar atentos antes de usar o álcool em vez da gasolina nos automóveis flex. Nas últimas quatro semanas, houve aumento médio de 5% nos preços do álcool nos postos do país e de 4,57% no estado, provocado pelos reajustes feitos pelos usineiros, informaram ontem as distribuidoras.

Atualmente, o álcool hidratado (vendido nas bombas) está custando cerca de 72% do preço da gasolina no estado e no município do Rio — o produto só é vantajoso se a relação for de até 70%.

Segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP), na semana de 15 a 21 de abril, o litro do álcool custava, em média, R$ 1,827 no município, enquanto a gasolina era vendida a R$ 2,516 o litro.

Na mesma semana, no Estado do Rio, o álcool também ficou em torno de 72% dos preços da gasolina: foi vendido a R$ 1,830, contra os R$ 2,520 do derivado de petróleo.

O preço da gasolina (o combustível tem em sua composição álcool anidro) subiu 1,36% no estado. Como os preços são uma média, o consumidor deve calcular a relação entre preços de álcool e gasolina em cada posto onde for abastecer.

No país, segundo a pesquisa da ANP, o álcool hidratado estava sendo vendido a R$ 1,680 litro, em média, nos postos do país, contra R$ 1,599 na semana de 25 a 31 de março, uma alta de 5%. Em nível nacional, ainda é vantagem abastecer os carros bicombustíveis com álcool, em vez de gasolina.

A pesquisa mostrou que, na semana passada, a gasolina estava sendo vendida no país por um preço médio de R$ 2,534 o litro. Ou seja, o álcool estava custando 66,3% do preço médio da gasolina.

As distribuidoras atribuíram os aumentos nos preços do álcool para os consumidores ao repasse, para os postos, dos reajustes feitos ao longo do mês de março — fim de entressafra — pelas usinas. Segundo um executivo de uma distribuidora, a tendência agora é que os preços voltem a cair, com o início da safra da cana-de-açúcar.

Segundo dados da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, o álcool anidro, misturado à gasolina, que na semana de 23 de março estava sendo vendido pelos usineiros a R$ 0,97 o litro, teve o preço reajustado para R$ 1,070 o litro na semana de 13 de abril — uma alta de 10,3%.

Já o álcool hidratado, vendido nas bombas dos postos, teve um aumento médio de cerca de 4,7% nas usinas nas últimas semanas, passando de R$ 0,899 o litro na semana de 23 de março para R$ 0,942 o litro na semana que terminou em 13 de abril.

Produtores acreditam em queda do preço do álcool Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que representa os produtores de São Paulo, é normal, em períodos de entressafra, haver aumento dos preços do álcool. A associação também acredita que, a partir deste mês, a tendência será de os preços do álcool caírem, com o início da colheita — o corte da cana-de-açúcar.

A gasolina registrou também ligeira elevação de preços por causa do álcool anidro que é adicionado ao combustível.

Segundo a pesquisa da ANP, na semana passada a gasolina estava sendo vendida a R$ 2,534 o litro na média do país, contra R$ R$ 2,526 na semana imediatamente anterior.

Em comparação aos preços médios na semana de 15 a 31 de março, quando a gasolina era vendida a R$ 2,511 o litro, o aumento foi de 0,9%.