O cenário positivo do país está atraindo expressivos volumes de investimentos estrangeiros diretos. Em março, por exemplo, o ingresso de US$ 2,778 bilhões surpreendeu o Banco Central (BC), por ser o maior volume já registrado no mês, e mais que o dobro do volume de US$ 1,2 bilhão esperado.
Neste mês até hoje já entraram US$ 1,7 bilhão, com previsão de chegar a US$ 2 bilhões. De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, o montante de março foi o melhor para o mês, desde o início da série histórica iniciada em 1947.
Lopes disse que o resultado foi influenciado por duas grandes operações inesperadas, ao fim do mês passado. Uma delas foi no setor financeiro, com o ingresso de US$ 753 milhões. A outra operação foi na fabricação de produtos químicos, que recebeu US$ 862 milhões, ambos os valores fora das expectativas da autoridade monetária.
O fluxo de investimentos diretos externos acumulado no primeiro trimestre do ano, em US$ 6,578 bilhões, ano também é o melhor da série histórica quando se excluem os recursos de privatizações.
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Para o técnico do BC, vários fatores influenciam o apetite dos investidores estrangeiros. ” Aumentou a confiança no Brasil pelo fato de a economia estar estável, a inflação sob controle e as várias medições do risco-país apresentarem níveis baixos ” , explicou Lopes.
” As avaliações positivas do país com um cenário de crescimento econômico atraem o investidor estrangeiro ” , disse. Ele destaca que além de setores que registraram expansão recente de investimentos, como automóveis, minérios ou químicos, ” há novos nichos ” de atração. Um exemplo é o interesse de estrangeiros em segmentos como o de álcool combustível.
A maior parcela dos investimentos que entraram no trimestre veio dos Estados Unidos, com 26,6% do total, ficando em segundo lugar os Países Baixos, com 24,5%, e a Espanha em terceiro, com 9,6%.
O BC mantém a meta de US$ 20 bilhões em investimentos externos no setor produtivo em 2007, devendo rever essa estimativa somente em junho próximo.
