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MPE vende 33,3% do controle de sub-holding a grupo de executivos

O grupo carioca MPE, formado em sua origem por ex-funcionários da General Electric (GE), passa por uma reestruturação societária. Os controladores da MPE Participações em Engenharia e Serviços, uma sub-holding que controla quatro empresas de engenharia e montagem, venderam 33,3% do negócio para nove executivos que tinham pequena participação acionária ou trabalhavam no grupo, mas não eram sócios. O pagamento será feito em 24 meses com dividendos gerados pelas próprias empresas.

Renato Ribeiro Abreu, presidente do conselho de administração da MPE Participações e Administração, a holding do grupo, disse que a operação abre a oportunidade para que sócios minoritários sejam os controladores das empresas desde que cumpram com metas estabelecidas em um plano operacional.

Caso os executivos atinjam 90% do lucro projetado nos próximos anos, manterão o controle operacional das empresas, mesmo com 33,3% das ações, e os sócios majoritários, reunidos na MPE Participações em Engenharia e Serviços, com participação de 67,7%, não poderão afastá-los.

Abreu, que é um dos controladores do MPE, disse que após 24 meses, quando a operação de compra e venda for concluída, uma parte do lucro (15%) ficará no caixa das empresas. Dos outros 85%, dois terços irão para a holding do grupo para serem reinvestidos e um terço será pago na forma de dividendos aos acionistas. O MPE é uma sociedade anônima de capital fechado.

Abreu não detalhou os valores envolvidos na operação, mas disse que a venda das ações corresponde a menos de 20% do patrimônio líquido das empresas. O patrimônio líquido da MPE, empresa do grupo que presta serviços de engenharia e montagem em setores como petróleo, gás e siderurgia, era de R$ 110 milhões em 2005, segundo o último dado disponível. Os executivos Luiz Cláudio Santoro, Jesus Ferreira e Wander Souto ficarão com 33,3% da MPE.

Já David Fischel, Carlos Maurício de Paula Barros e Paulo Rogério Barreto passam a deter idêntico percentual da EBE, que também presta serviços de engenharia e montagem. Em 2005, o patrimônio líquido da EBE foi de R$ 41 milhões. Carlos Maurício de Paula Barros, Marcelo Bonilha e José Luis Parma controlam agora 33,3% da Ebse, que fornece peças especiais para a indústria de petróleo. O patrimônio líquido da Ebse, em 2005, era de R$ 13,5 milhões.

Abreu disse ainda que a MPE Participações em Engenharia e Serviços, que era controlada em 100% por seis pessoas físicas, cedeu 10% de participação para outros quatro executivos do grupo. Ele avalia que a oportunidade de os minoritários assumirem o controle do negócio em uma operação atrelada a resultados é uma experiência inovadora.

Foi Abreu quem conduziu a compra da MPE da General Electric, concluída em janeiro de 1988. Na aquisição, Abreu fez o primeiro acordo com 15 gerentes que ajudaram a financiar a compra e ficaram com participação de 30%.

Ao longo destes quase 20 anos vários sócios minoritários venderam as ações e reduziram a participação em algumas das empresas do grupo para 11%. Agora, passam a deter 33,3%. A MPE Participações em Agronegócio, sub-holding que reúne os negócios de produção de soja, algodão, suínos, camarão, frutas, sucos, açúcar e álcool, ficou de fora da transação.

O agronegócio continua a ser controlado em 100% pela MPE Participações e Administração. Em 2006, o grupo MPE faturou R$ 620 milhões (o balanço ainda não foi fechado), dos quais R$ 440 milhões resultaram dos serviços de engenharia e montagem e R$ 180 milhões da agropecuária.

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