O grupo Brasilinvest, do empresário Mario Garnero, e o grupo Caramuru anunciaram investimentos de mais de R$ 800 milhões em duas usinas – uma para produção de álcool, com capacidade de produção de 200 milhões de litros de álcool por ano, e outra de biodiesel, com capacidade para 110 milhões de litros anuais. As duas unidades serão construídas em Mato Grosso do Sul.
Segundo o presidente da Brasilinvest, Mario Garnero, o projeto da fábrica de biodiesel contará com uma inovação: além da soja, pretende-se utilizar o pinhão manso para a produção do óleo. Segundo Garnero, o pinhão manso tem uma concentração de óleo maior que a de outras oleaginosas. Ele conta que o produto chegou a ser utilizado na iluminação em Portugal, antes da chegada da energia elétrica. “Os candeeiros utilizavam o óleo do pinhão manso, que é muito rentável e de boa qualidade para a queima.”
A nova usina de biodiesel será localizada na cidade de Maracaju. As obras terão início dentro de 60 dias, devendo criar 150 empregos diretos e mais de 500 indiretos.
Para Garnero, o Brasil tem condições de ter grandes safras de cana-de-açúcar e também de oleaginosas para a produção de biodiesel, dividindo a terra com a produção de alimentos. “Veja que o Brasil já faz isto na cana-de-açúcar. Muitos produtores, como os da região de Ribeirão Preto, também plantam alimentos importantes e em grandes volumes”, disse.
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Em relação à usina de álcool que pretende construir, Garnero anunciou que está fechando a negociação para trazer um investidor estrangeiro. “Estamos negociando e devemos fechar o pacote para a nova usina ainda nos próximos dias. O investimento deve ser da ordem de US$ 200 milhões”, disse. “Temos uma tecnologia moderna para a produção do álcool, e com isto temos competitividade inigualável nesta área, fabricando um produto mais barato, que tem plenas condições de competir no mercado internacional.”
O empresário também disse estar surpreso que o Brasil hoje esteja falando em produzir 20 bilhões de litros de álcool, quando na década de 70 já se tinha idéia que este total seria atingido ainda no século passado. “Nós fomos para trás e somente agora estamos recuperando o tempo perdido. Temos condições de ultrapassar esta marca tranqüilamente”, disse.
Mario Garnero disse ainda que a produção de álcool e biodiesel no Mato Grosso do Sul leva em consideração o esforço que o governo local está fazendo para investimentos na rede ferroviária do Estado, que permitirá um transporte mais barato para a produção. Com isso, os produtos serão levados para exportação ou para outros Estados a um preço competitivo. “A logística é essencial em um projeto deste tipo”, disse.
