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Jeb Bush, garoto pró-etanol brasileiro

Co-lançador da Comissão Interamericana de Etanol, o ex-governador da Flórida Jeb Bush visita a GM do Brasil e também a BM&F na segunda-feira, quando a Bolsa deve comemorar a negociação de 2 bilhões de contratos desde sua criação em 86. Aliado de peso contra as barreiras tarifárias impostas pelos EUA ao etanol brasileiro, Bush vai assistir à apresentação de novo contrato futuro de etanol na Bolsa, atualmente em processo de aprovação pela CVM, com alterações que permitirão participação maior de estrangeiros nas negociações.

Mas como é que Jeb, irmão do presidente George Bush, enveredou pela trilha do etanol brasileiro, chegando a exercer grande influência sobre o despertar dos EUA em relação ao biocombustível? Segundo ele próprio contou à revista Update, da Amcham, seu interesse começou “com oito furacões que atingiram a Flórida entre 2004 e 2005, expondo os riscos no fornecimento de diesel e de gasolina refinada que vêm do Caribe e do Golfo do México”. Isto é, Bush começou a temer pela paralisação do seu Estado.

Daí para a formação de uma aliança com o Brasil, por meio da Comissão cuja direção divide com o ex-ministro Roberto Rodrigues, foi um passo. “Estamos levantando recursos para financiar estudos que aumentem a conscientização sobre os benefícios de uma cooperação mais ampla”, explica. Esta colaboração é esperada não só da iniciativa privada, como também de órgãos como BID e Bird. Na entrevista, Bush deixa claro que os EUA precisam do etanol brasileiro. “Não há a menor possibilidade de os produtores de milho do Meio-Oeste americano conseguirem produzir combustível para as nossas necessidades”, alerta. E mais. Bush revela ter conhecimento de que a Cargill Brasil estaria investindo na produção de biocombustíveis a partir de soja, o que pode ser outra alternativa viável.

Mais importante, porém, é sua colocação clara de que os EUA preferem comprar etanol do Brasil do que petróleo da Venezuela. “Nossos países não ameaçam um ao outro. Temos que trabalhar juntos porque nosso desafio comum será a China e a Ásia.”