Mercado

Equador quer produzir etanol

O ministro da Agricultura equatoriano, Carlos Vallejo, afirmou em entrevista publicada ontem que o Equador pretende aproveitar a experiência do Brasil para entrar no mercado dos biocombustíveis.

O Equador pretende “aproveitar a experiência do Brasil, de mais de 10 anos, no cultivo, produção e distribuição do etanol”, afirmou Vallejo ao jornal Expreso.

O ministro lembrou que o Equador “já produz um pouco de etanol”. “Infelizmente não conseguimos aproveitar por falta de coordenação, mas a partir de agosto começará a ser vendida uma mistura de etanol com gasolina”, explicou.

Vallejo disse que o Brasil vai cooperar nos cultivos em uma área já reservada de 50 mil hectares para a plantação de cana-de-açúcar e outros 50 mil hectares de palma. Ele afirmou que a palma africana será semeada em Esmeraldas e em Santo Domingo de los Colorados, enquanto serão ampliadas as plantações existentes de cana-de-açúcar nas Províncias de Los Rios, El Oro, Guaias, Pichincha, Imbabura, Azuai e Loja.

O ministro esclareceu que não está nos planos do governo fazer uma reforma agrária para investir na produção de etanol. No entanto, Vallejo ressaltou que “se em alguma parte do país existir alguma propriedade abandonada que poderia servir aos camponeses, será feita uma distribuição de terras, na medida do possível”.

Vallejo acompanhou o presidente equatoriano, Rafael Correa, em visita oficial esta semana ao Brasil, quando foi discutida a cooperação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva para a produção de biocombustíveis no Equador.

Correa disse em Brasília que “respeita” os critérios contrários ao desenvolvimento do etanol, mas afirmou que, para o Equador, os biocombustíveis são “um caminho necessário” para romper a dependência do petróleo.

A opinião de Correa contraria as críticas feitas pelos presidentes de Cuba, Fidel Castro, e Venezuela, Hugo Chávez, ao etanol, em particular, e aos biocombustíveis. Segundo eles, desenvolver esses novos combustíveis “é como semear petróleo”.