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Etanol pode contemplar até Cuba, diz irmão de Bush

O ex-governador da Flórida Jeb Bush afirmou que até Cuba poderá ser contemplada com um programa de etanol.

Os países do Caribe, inclusive Cuba, podem participar disso. São todos dependentes de fontes estrangeiras de energia e contam com as condições apropriadas, disse à BBC Brasil o irmão do presidente dos Estados Unidos.

Recentemente, o presidente de Cuba, Fidel Castro, afirmou que o uso de cana-de-açúcar como fonte de etanol poderia levar à fome de milhões de pessoas. O líder cubano argumentou em um artigo de jornal que “as terras dedicadas à produção direta de álcool podem ser muito mais úteis na produção de alimentos para o povo”.

Mas Jake Colvin, diretor da entidade USA Engage, que defende o fim do embargo americano contra Cuba, disse à BBC Brasil que autoridades do país manifestaram interesse em investir no biocombustível. Colvin, que integra ainda o Conselho Nacional de Comércio dos Estados Unidos, foi um dos empresários americanos que estiveram em Cuba recentemente em uma missão comercial.

País falido

Por conta das dificuldades econômicas enfrentadas por Cuba, Jeb Bush acredita, no entanto, que a única forma que o país teria para investir em etanol seria através de terceiros países.

Cuba não investe em nada. Não tem dinheiro. É um país falido. Mas talvez outros países queiram investir na produção de etanol por lá . Não sei como isso se daria.

Mas o ex-governador acredita que o contexto político na ilha caribenha é, no momento, pouco favorável para que isso ocorra.

Até que Cuba passe a respeitar a lei e a democracia, ela não deverá ser um participante disso. Mas depois, devido à sua geografia e clima, poderia se tornar um produtor significativo de etanol.

Chávez e petróleo

O ex-governador da Flória e presidente da Comissão Interamericana de Etanol vê alguns contrastes entre o modelo de produção de petróleo e o de etanol.

A produção de petróleo e as decisões sobre petróleo estão cada vez mais na mão de menos pessoas. Chávez (o presidente da Venezuela) controla boa parte, se não toda a parte do, suprimento de petróleo venezuelano. Ele pode romper contratos, como já fez, e pode usar a PDVSA (a petrolífera venezuelana), como já fez.

Por isso, argumenta Bush, é melhor depender de milhares de fazendeiros, do que de uma pessoa que a qualquer momento pode se tornar hostil contra os Estados Unidos.

Instabilidade

Segundo o irmão do presidente americano, o problema enfrentado pelos Estados Unidos não é só em relação a líderes hostis, mas também o de depender de regiões instáveis, como o Oriente Médio.

Nós não compramos petróleo do Irã, mas o Irã está mantendo cinco soldados britânicos como reféns. Isso desperta temores, provoca o aumento do barril do petróleo em até US$ 5, disse.

Em relação ao etanol latino-americano, afirma Bush, o contexto é bem distinto.

O Peru, por exemplo, provavelmente tem as melhores condições para biocombustíveis em toda a América Latina e está entre os cinco países no mundo com as melhores condições para seu desenvolvimento. Eu prefiro depender de uma cooperativa de cana-de-açúcar peruana do que de um ditador.