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Algar pretende estrear em etanol com planta em MG

O grupo Algar, grande exportador de soja, deverá investir US$ 70 milhões para entrar no negócio de álcool. A primeira usina do grupo, com capacidade para processar 1 milhão de toneladas de cana por ano, começará a ser construída em 2008 no Triângulo Mineiro. As obras deverão durar 18 meses.

O projeto está sendo desenhado, mas deverá ficar pronto no segundo semestre deste ano. Além da usina de álcool, o grupo tem planos para, no futuro, produzir biodiesel no Maranhão, onde acaba de construir uma unidade de esmagamento de soja. “Vamos entrar no segmento de combustíveis alternativos”, disse Luiz Alexandre Garcia, vice-presidente-executivo da Algar. “O álcool está mais adiantado, mas também estamos estudando o biodiesel”.

Na unidade de Porto Franco, no Maranhão, o grupo investiu R$ 220 milhões. A capacidade atual de esmagamento é de 1,5 mil toneladas por dia, mas deve chegar a 2 mil até 2007. Além das vendas para a Europa, a soja esmagada na fábrica permitirá que a Algar amplie a participação de sua marca de óleo refinado no Nordeste. A fábrica será maior que a unidade de esmagamento de soja do grupo em Uberlândia (MG), que é de 1,8 mil toneladas por dia. “A cana está indo para o Triângulo e a soja, para o Maranhão”, disse Garcia.

A fábrica maranhense fica junto ao término da ferrovia Norte-Sul, por onde a soja será escoada até o porto, em Vitória. A Algar também é uma das interessadas na concessão do porto de Itaqui.

O conglomerado, que tem negócios em diferentes setores e é formado por 24 empresas, tem planos de abrir capital. “Somos uma empresa de capital fechado, mas já trabalhamos como se fôssemos de capital aberto”, declarou Garcia. Segundo afirmou ontem em evento na Federação do Comércio de Minas Gerais, o grupo familiar se programou pelo menos duas vezes para ir ao mercado, mas acabou não sendo possível. Duas divisões (telecomunicações e agronegócios) poderão ter ações negociadas em bolsa, mas não há prazo definido para isso.

O principal negócio da Algar, em faturamento e resultado líquido, é a divisão de telecomunicações, que registrou no ano passado um faturamento de R$ 1,094 bilhão e um lucro líquido de R$ 18 milhões. Com atuação em cinco Estados do Sudeste e do Centro-Oeste, este braço tem como principal foco o setor corporativo.

A divisão de agronegócio, que inclui fazendas e a esmagadora de soja em Uberlândia, registrou receita de R$ 348 milhões e lucro líquido de R$ 8 milhões em 2006. O grupo tem, ainda, outras duas divisões – serviços de infra-estrutura e turismo. No segmento de serviços, o faturamento foi de R$ 43 milhões e o lucro líquido de R$ 2 milhões. O Rio Quente Resort, em Goiás, é o único empreendimento da divisão de turismo e a única a dar prejuízo. O grupo não pretende fazer novos investimentos em turismo, mas tem planos para ampliar os atrativos no hotel. No ano passado, o resort recebeu cerca de 1 milhão de visitantes e faturou R$ 100 milhões.