Os executivos máximos da General Motors, Ford e do Grupo Chrysler solicitaram ao presidente americano, George W. Bush, que incentive a produção e distribuição de combustíveis alternativos para reduzir o consumo de gasolina. O pedido foi feito em reunião na Casa Branca na segunda-feira, 26.
Os executivo-chefe da GM, Rick Wagoner, da Ford, Alan Mulally, e do Grupo Chrysler, Tom LaSorda, estavam há quase um ano esperando para se reunir com o presidente Bush para tratar sobre a grave crise que afeta o setor automobilístico americano e o consumo de gasolina.
Bush, que no início de seu mandato defendeu o uso nos Estados Unidos de veículos com elevado consumo de combustível, mudou seu tom nos últimos anos e chegou a qualificar a dependência do país de petróleo vindo do estrangeiro como um “vício” com conseqüências negativas para a segurança do país.
Após a reunião de segunda, as três empresas automobilísticas americanas emitiram um comunicado no qual qualificaram a discussão com Bush sobre o uso de combustíveis renováveis e alternativos como “aberta e construtiva”.
Os três fabricantes assinalaram a Bush que estão prontos para que em 2012 “metade de sua produção anual de veículos” seja capaz de utilizar o combustível E85 (uma mistura do 85% de etanol e 15% de gasolina) ou biodiesel.
O Etanol é um álcool extraído de vegetais como o milho enquanto o biodiesel é o óleo produzido a partir de plantas.
Mas os fabricantes solicitaram ao presidente americano “crescentes incentivos” para a produção e distribuição destes combustíveis alternativos.
Economia
Os fabricantes calculam que para 2017 os EUA poderiam economizar 140 bilhões de litros de gasolina por ano se todos os fabricantes de automóveis do país se comprometessem a fabricar quantidades similares de veículos capazes de usar o etanol.
Hoje em dia, existem cerca de seis milhões de veículos nas ruas do país que podem funcionar com diversas misturas de etanol e gasolina ou biodiesel. Mas há apenas 1,1 mil bombas de E85 e mil de biodiesel para um total de 170 mil postos de gasolina.
Os três diretores disseram a Bush que se esforçam para produzir veículos elétricos e que utilizam hidrogênio como fonte de energia, mas repetiram a necessidade de um maior investimento no desenvolvimento e pesquisa doméstica de células de energia.
Brasil
No começo deste mês, o presidente americano fez uma visita ao Brasil em que acertou com Luiz Inácio Lula da Silva uma parceria estratégica entre os dois países para valorizar o etanol.
Três pontos foram acertados no acordo: a cooperação entre os dois países no desenvolvimento da tecnologia de etanol e de celulose, a transformação do produto em commodity e transferência de tecnologia para terceiros países.
Apesar disso, os presidentes não chegaram a um acordo sobre a redução da taxa de importação cobrada pelos Estados Unidos sobre o etanol brasileiro, de R$ 0,30 por litro.