Dois dos maiores grupos sucroalcooleiros do País irão adotar estratégias diferentes para expandir em 2007. A Usina São Martinho, capitalizada após a abertura de capital da empresa, deve apostar em novas aquisições e faz sua primeira oferta para a compra de uma unidade, de médio porte, de produção de álcool e açúcar na Região Centro-Sul. A empresa também prevê investimento em torno de R$ 240 milhões para este ano e deve fazer sua estréia no mercado de crédito de carbono.
A Cosan promete investir no crescimento da atual capacidade existente e não deve fazer nenhuma aquisição este ano. “O custo atual das aquisições está num patamar proibitivo”, afirma o vice-presidente financeiro da Cosan, Paulo Diniz. Ele acredita que a ampliação de algumas unidades pode gerar uma capacidade de 10 milhões de toneladas ao ano na moagem de cana do grupo que ampliaria em 25% a capacidade atual de 40 milhões de toneladas por ano. Mesmo não prevendo novas aquisições, Diniz estuda novos investimentos na América Central. “Avaliamos a possibilidade de investir nessa região. É uma oportunidade a mais a ser considerada”, revela.
Diniz avalia positivamente o intercâmbio entre Brasil e Estados Unidos na produção de etanol e considera a entrada de capital estrangeiro benéfico para o setor. “Cria oportunidades para a consolidação de novos projetos e facilita a expansão da capacidade existente” diz. O diretor financeiro da São Martinho, João Do Val, também considera positiva “Favorecemos isso com a abertura do mercado de capital”, afirma.
Sobre a isenção de imposto de importação do etanol brasileiro nos EUA, Diniz acredita que no curto e médio prazo o imposto ainda será importante para estimular o crescimento de um mercado americano de etanol e a conscientização da existência do produto nos Estados Unidos. “É racional a existência de um imposto em médio e longo prazo. Não existe uma produção no Brasil que possa suprir o mercado americano nos próximos três anos”, avalia. Para ele, se o imposto fosse totalmente retirado os investimentos em plantas americanas de etanol, produzidos a partir do milho, seriam paralisados, o que poderia acabar com esse mercado nos EUA.