Bandeira defendida pelo presidente Lula durante seu almoço com o presidente George W. Bush, a retirada da tarifa imposta hoje pelo governo americano à importação de álcool combustível do Brasil (de R$ 0,30 por litro) seria um desastre para os dois países. A afirmação foi feita ontem pelo diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti da Fonseca. De acordo com ele, o fim da sobretaxa provocaria falta do combustível no Brasil, já que seria mais atraente para os produtores brasileiros exportar o produto. Além disso, traria prejuízos para a indústria dos Estados Unidos de milho, matériaprima do etanol no país — e que ainda tem custo de fabricação superior ao produzido a partir da cana-de-açúcar. — Seria teoricamente desejável, mas na prática, inviável — afirmou Giannetti. Este foi um dos assuntos discutidos ontem em encontro promovido pelo Conselho Superior de Comércio Exterior (Coscex) da Fiesp, que também fez um balanço das duas visitas da representante americana de Comércio, Susan Schwab, na semana passada. O que seria mais desejável neste momento, segundo Giannetti, seria o Executivo americano apoiar uma proposta que está sendo costurada no Congresso e que prevê uma cota de exportação com alíquota zero para o álcool combustível. Equivalente a 15% do consumo atual de álcool combustível nos EUA (3 bilhões de litros), essa cota poderia ser explorada pelo Brasil sozinho ou em conjunto com outros países da região, caso de Colômbia e Peru. O encontro discutiu ainda as possibilidades de retomada das negociações da Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), interrompidas desde o ano passado por causa do impasse sobre a retirada de subsídios a produtores agrícolas nos países ricos. Na hipótese de um impasse definitivo, Giannetti afirmou que acordos setoriais (negociados diretamente entre os industriais) poderiam ser uma alternativa no caso de Brasil e EUA. Dia 9 de abril, Fiesp receberá a visita de uma comissão da Associação Nacional de Manufaturados dos EUA. Giannetti diz que “diversos setores da indústria nacional” manifestaram interesse em participar da discussão. Os mais entusiasmados com essa possibilidade são setores exportadores, como madeira e pedras preciosas, que podem expandir seus mercados. Já os setores de equipamentos elétricos e eletrônicos temem perdas.
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