A defesa da produção de etanol virou, na política americana, “a coisa mais próxima de uma experiência religiosa”, ironiza nesta terça-feira, 13, matéria do jornal Washington Post.
A “conversão ao etanol”, diagnosticada pelo diário da capital dos Estados Unidos, já arrebatou antigos oponentes da produção do combustível alternativo, entre eles a senadora democrata de Nova York, Hillary Clinton, e seu colega republicano do Arizona, John McCain.
“A senadora Hillary Clinton experimentou a conversão em maio do ano passado. Opositora de longa data do apoio federal ao biocombustível à base de milho, ela reverteu sua posição e endossou incentivos ainda maiores do que aqueles contra os quais votou (no passado)”, afirmou o jornal. “Até o senador McCain, opositor ardente do etanol, disse que quer dar ao tema uma nova análise.”
O Post diz que, “por anos, o etanol foi tido como uma maneira de distribuir subsídios disfarçados de causa ambiental. Agora, é aceito como solução primordial para o aquecimento global e as importações de petróleo”.
Mas políticos apostando na popularidade do etanol devem estar cientes de que o tema “parece estar perdendo valor de campanha”, afirma a matéria.
O texto diz que o biocombustível já está tão aceito que o eleitorado parece simplesmente endossar as palavras do senador republicano Charles Grassley, de Iowa: “Hoje, o eleitorado meio que espera que todos apóiem o etanol – não importa se renasceram como pessoas do etanol ou se são da ´velha guarda´”.
A descoberta
A sátira também permeia matéria do jornal argentino Página 12, segundo o qual o presidente americano, George W. Bush, “descobriu a pobreza” em seu giro pela América Latina.
“Em uma tentativa de lavar sua imagem deteriorada, Bush se mostrou mais próximo das comunidades pobres, e afirmou aqui e ali que os Estados Unidos estão interessados sobretudo ´na condição humana´”, afirma a matéria.
A agenda do presidente na Guatemala começou cedo, relata o jornal, “quando uma caravana de carros blindados passou a buscá-lo em seu superprotegido hotel.
Bush visitou uma escola construída com doações americanas, uma cooperativa de trabalhadores indígenas, e uma das mais importantes ruínas maias do país.
“À sombra do (presidente venezuelano) Hugo Chávez e de seu carisma, o líder americano escolheu este lugar para se mostrar mais próximo das comunidades indígenas e dos setores mais relegados”, relatou o Página 12.
“Mas não funcionou muito bem. Autoridades dos grupos maias que ali vivem já adiantaram que farão hoje uma limpeza da cidade sagrada. Não quiseram falar da visita de Bush. Apenas disseram que precisavam espantar os espíritos maus e as energias negativas.”
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