Para estimular a produção de combustíveis a partir de material mais barato e abundante do que o milho, o Departamento de Energia dos EUA anunciou que vai investir US$ 385 milhões em seis refinarias para produzir etanol a partir de celulose, um tipo de combustível que pode ser produzido sem cereais alimentícios nem desgaste de áreas agrícolas.
Os recursos, a serem distribuídos ao longo de quatro anos, enquadram-se no plano do presidente George W. Bush de tornar o etanol de celulose competitivo com a gasolina por volta de 2012 – e, além disso, reduzir o consumo de gasolina em 20% num prazo de 10 anos, adiantou o secretário de Energia, Samuel Bodman.
Dúzias de refinarias de etanol à base de milho estão programadas para os próximos dois anos. Mas, como lembrou Bodman, o miho sozinho não basta para cumprir a ambiciosa meta de controlar a volúpia por petróleo dos EUA. O etanol de milho não conseguirá ir além de 15 bilhões de galões (3,4 litros), menos da metade dos 35 bilhões postos pretendidos até 2017.
Mike Muston, o empresário presidente da Broin Cos., que receberá parte dos recursos, acha possível produzir o etanol de celulose a US$ 2,25 o galão e talvez baixar esse custo para menos dos US$ 2 até 2010. E no longo prazo, completou Bodman, o objetivo é chegar ao custo de US$ 1 por galão, que tornaria o etanol de celulose competitivo com qualquer outra tecnologia do mundo. Essas refinarias, que serão montadas por empresas da Califórnia, da Flórida e do Colorado, entre outras, deverão utilizar marterial de pouco valor, como palha de trigo, cascalho e capim.
Mas mesmo com esse estímulo o futuro do etanol não está assegurado, advertiu Bodman. Não temos ainda certeza de que ele será o vencedor, afirmou ao compará-lo com o petróleo. E mencionou o biobutanol, um combustível baseado em vegetais a ser comercializado ainda este ano pela DuPont e a gigante British Petroleum. Este é um combustível melhor, disse ele, porque ao contrário do etanol tem tanta capacidade energética quanto a gasolina.