O bom momento do setor de açúcar e álcool vem atraindo a atenção de pesos pesados da indústria. O grupo Bunge, que tem seu nome tradicionalmente ligado à soja, já definiu que o setor é agora uma das suas prioridades no Brasil. O grupo chegou até a estudar a compra da usina Vale do Rosário, mas o negócio acabou não indo à frente. “Agora estamos olhando outras alternativas, inclusive eventualmente construir uma nova usina”, disse ontem o presidente da Bunge Fertilizantes, Mário Barbosa. O executivo, porém, não deu mais detalhes dos planos da empresa.
Na área de fertilizantes, os investimentos da Bunge recentemente concluídos ou ainda em andamento totalizam US$ 450 milhões. O maior deles é a ampliação em 50% da capacidade de produção na mina de Araxá (MG), mais a expansão da unidade de ácido sulfúrico, que juntos representam cerca de US$ 200 milhões em aportes. Além disso, a companhia destinou US$ 250 milhões para investimentos portuários. Segundo ele, a expectativa é de que o consumo de fertilizantes no País ao longo deste ano volte aos níveis de 2004, quando foram vendidos 22,8 milhões de toneladas do produto.
Barbosa afirmou também que a companhia está respeitando a decisão judicial que suspendeu o processo de reestruturação societária da Fosfertil, cuja retomada vai depender exclusivamente de um novo posicionamento da Justiça. “Há uma liminar suspendendo a operação. Estamos respeitando essa liminar e tentando cassá-la”, afirmou Barbosa.
A interrupção do processo, segundo o executivo, traz prejuízos à Fosfertil, uma vez que há sinergias estimadas em US$ 50 milhões ao ano a partir da fusão com a Bunge Fertilizantes.