O grupo de acionistas minoritários da Companhia Açucareira Vale do Rosário deve definir hoje, em Ribeirão Preto (SP), o futuro da 2ª maior empresa do setor sucroalcooleiro do País. A ala contrária em negociar com a Cosan, do empresário Rubens Ometto, estuda duas propostas para tentar exercer o direito de preferência e cobrir a oferta feita pelo maior grupo usineiro do País.
A proposta final do Grupo Cosan, segundo o Estado
apurou, foi de R$ 1,1791 por ação da Vale do Rosário, o que daria um total de R$ 1,66 bilhão, ou US$ 788 milhões por 100% da empresa. Um consórcio formado pelos fundos GG Investimentos, do exministro Antonio Kandir, e Gávea, do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, com o apoio dos bancos holandeses ING e Rabobank, já reservou o valor para bancar a fatia de acionistas interessada no exercício do direito de preferência.
Esse direito é garantido aos sócios da Vale do Rosário pelo estatuto da empresa. Por outro lado, a Bunge entrou na briga e também se dispôs a dar suporte financeiro aos acionistas na aquisição para depois ficar com a Vale do Rosário, no que seria seu primeiro investimento na produção de açúcar e álcool.
Enquanto a ala majoritária da Vale do Rosário tem acordo fechado com a Cosan, o grupo de minoritários, que reúne 49,8% das ações está dividido.
Pouco mais da metade, ou 25%, reluta em aceitar a proposta da Cosan, mas estaria disposta se desfazer das ações. Os responsáveis pelos 24,8% restantes estão praticamente fechados com o consórcio GG Investimentos/Gávea, mas não descartam a Bunge. Queremos formatar o que estamos chamando de Nova Vale do Rosário, disse Cícero Junqueira Franco, líder dos minoritários.
O mercado avalia que tanto a Cosan quanto a Bunge ofereceram pelo menos 15% acima do que a empresa realmente vale.
Além da compra das ações, quem comprar a Vale do Rosário terá de assumir uma dívida de R$ 200 milhões. Tanto a oferta quanto a recusa foram passionais, disse um usineiro.