Mercado

Álcool tem a 1ª queda em seis semanas nas usinas

Enquanto a Agência Nacional do Petróleo (ANP) apurou uma alta média de 2,9% no preço do álcool em todo o País, na semana passada, o valor do litro negociado nas usinas caiu 1,5%, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP. Nas últimas seis semanas foi a primeira vez que se registra baixa bnos preços, segundo o Cepea. Esta queda nos preços na origem, que pode não indicar uma tendência devido ao distanciamento do final do período de entressafra, deve ser repassado ao consumidor nos próximos 15 dias.

Segundo o diretor-técnico da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), Aldo Guarda, o movimento inverso do preço do álcool nos postos e nas usinas, na última semana, é resultaqdo de uma defasagem natural verificada entre os preços praticados nos dois pontos. Todas as vezes que o preço sobe ou cai, há uma defasagem de aproximadamente 15 dias para que a mudança chegue aos postos, explica o diretor. Ele salienta ainda que o valor fechado hoje entre usineiro e distribuidor será praticado apenas nos próximos cinco ou seis dias, sem contar o período de armazenagem, que dura de dois a três dias. Existe um tempo para que o mercado se nivele para cima ou para baixo, que leva aproximadamente 15 dias.

Apesar de o álcool da nova safra de cana-de-açúcar entrar no mercado por volta de abril (e até lá a escassez do produto pode gerar novas altas de preço), o recente recuo do álcool nas usinas foi suficiente para o Ministério da Agricultura ontem afastar a possibilidade de intervenção no mercado. A ferramenta que o governo tem em mãos para evitar novas altas de preço é a mistura do álcool na gasolina, atualmente em 23%. Por lei, essa proporção deve ficar entre 20% e 25%. Em novembro de 2006, a mistura de álcool na gasolina foi elevada de 20% para os 23% atuais.