O agronegócio é sem dúvida um dos principais trunfos da economia brasileira no mundo globalizado. Em diversas culturas, o Brasil é líder em volume de produção e produtividade, o que tem proporcionado ao país um elevado saldo na balança comercial, por exemplo, acima dos US$40 bilhões. Graças ao excelente desempenho do agronegócio, a árdua tarefa de se combater a inflação tem sido facilitada, com redução nos preços da cesta básica consumida pela população mais pobre. E também da agroindústria surgem opções para a substituição de combustíveis fósseis e mais poluentes. Então para a economia brasileira como um todo é sempre muito animador ter um ambiente favorável no agronegócio, e as previsões para 2007 caminham nessa direção.

O setor ensaia superar em grande estilo os últimos tempos de crise em função do câmbio, de secas e dívidas. Segundo o IBGE, a safra de grãos baterá este ano um novo recorde histórico, atingindo um volume de 124 milhões de toneladas, se as condições climáticas forem favoráveis. A soja, que se tornou um dos carros-chefes do setor, voltará a crescer. E o milho já desponta no segundo lugar, impulsionado pela alta nas cotações internacionais (pois os Estados Unidos estão destinando parcela crescente da sua produção para fabricar etanol, contribuindo, assim, para pressionar o mercado).

Na linha dos combustíveis de fontes renováveis, o álcool carburante brasileiro é quase imbatível, e desse modo a safra brasileira de cana-de-açúcar deverá se aproximar de 500 milhões de toneladas em 2007.

Mesmo com todas as restrições impostas nos grandes mercados consumidores, o Brasil está conseguindo consolidar sua posição de maior exportador de carnes. No caso da carne bovina, pecuaristas e frigoríficos já sonham em atingir um volume de exportação da ordem de 5 milhões de toneladas por ano (a casa dos 3 milhões foi alcançada em 2006). Se o clima ajudar, a agropecuária brasileira deverá crescer mais de 5% em 2007, dando uma significativa contribuição para que o Produto Interno Bruto (PIB) deixe de registrar as taxas de expansão medíocres dos últimos anos, abaixo de 3%. A infra-estrutura — transporte e armazenagem — precisa ser preparada para isso.