Mercado

Donos de veículos flex ainda resistem ao álcool

Pesquisa feita pelo Ibope, a pedido da Unica, indica que os preços do álcool, mesmo correspondendo a 50% do valor da gasolina, não convencem o consumidor a abastecer no seu veículo flexível com o combustível. Aspectos culturais impedem que o motorista abandone de vez a gasolina. Caso contrário, o consumo total do combustível pelos veículos flexíveis poderia ser 1 a 2 bilhões de litros maior que o atual.

“A pesquisa demonstrou que grande parte dos consumidores, mesmo com o álcool trazendo vantagens (econômicas), não está usando o combustível”, disse o diretor técnico da Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo), Antonio de Pádua Rodrigues.

“O levantamento demonstra que, se houver promoção (comercial do álcool), o consumo pode aumentar em mais de 1 bilhão de litros independente de preços”, afirmou Pádua, acrescentando que o consumo total atualmente gira em torno de 7 bilhões de litros.

O Ibope ouviu 1.200 proprietários de veículos flex em oito regiões do Brasil, há cerca de um mês. O diretor da entidade acrescentou que os resultados são preliminares e não-conclusivos, servindo apenas como um indicativo da opinião dos consumidores sobre a tecnologia flex e sobre o uso do álcool nestes veículos.

“Percebemos que têm muitos mitos na cabeça do consumidor”, disse. “Na cabeça do consumidor, o flex é um carro a gasolina com a alternativa de ser abastecido com álcool”.