Mercado

APPA determina rigor na fiscalização dos transgênicos

O superintendente APPA (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina), Eduardo Requião, determinou o expresso controle sobre a soja embarcada pelo Corredor de Exportação e decidiu interromper as exportações de soja pelo porto até a conclusão de análises nas 62 mil toneladas do produto estocados nos cinco terminais. Segundo ele, há denúncias de que a soja estaria “contaminada” com produtos transgênicos. A medida, segundo o dirigente portuário, visa coibir qualquer prática que comprometa a credibilidade do Porto. “Queremos evitar que ações ilegais interfiram num trabalho realizado desde o início da nossa administração e que já é reconhecido pelo mercado internacional pela postura que assumimos: qualidade dos produtos e garantia da produtividade para abastecer os mercados interno e externo”, disse Requião.

A determinação do superintendente aconteceu na última sexta-feira com a assinatura da Ordem de Serviço nº 122/03, que prevê a certificação das mercadorias como fator preponderante para que aconteçam as operações de embarque de soja pelo Corredor de Exportação da APPA. Estas certificações serão feitas pela Empresa de Classificação de Produtos do Paraná (Claspar), APPA e Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab-PR).

A Claspar de Paranaguá está recebendo 100 kits para serem utilizados nos testes para verificação de transgenia, inclusive na soja que já está depositada nos armazéns da área portuária. Além disso, a própria Autarquia fará inspeções nos armazéns e silos interligados ao Corredor de Exportação, a fim de atestar a inexistência de produtos geneticamente modificados. “Não vamos permitir o embarque de soja transgênica, conforme prevê a lei. Quem não cumprir o que determinou o Governo do Estado será responsabilizado pelo prejuízo que causaria a economia do Paraná”, destacou o superintendente da APPA.

O Corredor de Exportação é um complexo portuário composto por um silo vertical (o chamado Silão) e outros quatro silos horizontais com capacidade estática de armazenagem de 160 mil toneladas. Deste total, 100 mil toneladas correspondem ao potencial de armazenagem do Silão, que hoje trabalha com 2 linhas de descarga preparadas para o embarque de três mil toneladas/hora. Conforme determina a Ordem de Serviço, se constatada qualquer irregularidade na soja movimentada pelos complexos públicos e privado, a soja declarada contaminada deverá ser retirada dos silos e armazéns onde estiver depositada.

A pena prevista para quem descumprir a medida poderá variar entre a interdição da instalação e a suspensão das operações do responsável. “Nunca embarcamos soja transgênica e isso nos colocou como um porto com credibilidade no mercado externo, e está totalmente afastada a hipótese de perdermos cargas, porque nossos compradores, ente eles a China, optam pelo não-transgênico”, destacou Requião.

Segundo ele, “vamos fechar este ano com novo recorde de movimentação, com um aumento considerável na exportação de soja não transgênica; além disso, o comércio internacional e o Governo do Paraná estão falando a mesma língua em nome da garantia da qualidade da soja brasileira”, disse o superintende da APPA, acrescentando que “estamos fora de qualquer interesse que não seja o do produtor e da sua produção, e nos abstemos de participar de negociatas que ferem a economia do Paraná e a credibilidade do nosso Porto”.

Banner Evento Mobile