Mesmo com o real valorizado e as restrições para a venda de carnes no mercado externo, especialmente a de boi, as exportações de produtos agrícolas renderam ao País US$ 36,061 bilhões entre janeiro e setembro, um recorde para o período.
A receita com essas exportações superou em 27% os US$ 32,481 bilhões obtidos no mesmo período do ano passado. Neste ano, o superávit comercial brasileiro já atingiu US$ 31,277 bilhões, também recorde. Em igual período de 2005, o saldo havia sido de US$ 28,718 bilhões.
Esses números levaram o ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, a estimar, ontem, que as exportações de produtos agrícolas vão render US$ 48 bilhões neste ano. A previsão será alcançada caso seja mantido o ritmo de crescimento médio de 11% verificado no ano, disse o ministro.
Segundo Guedes Pinto, o saldo da balança comercial do setor ficará este ano entre US$ 41 bilhões e US$ 42 bilhões. Em 2005, as exportações do campo renderam US$ 43,6 bilhões e o saldo da balança comercial do agronegócio foi de US$ 38,4 bilhões. Os números mostram que, mesmo com as barreiras, embargos e tarifas impostas por alguns países, o agronegócio brasileiro continua competitivo e apresentando superávits recordes, avaliou o ministro.
Em setembro, o superávit da balança comercial do agronegócio foi de US$ 3,685 bilhões,valor também recorde para o mês, ante US$ 3,409 bilhões em setembro do ano passado.Os gastos com importações de produtos agrícolas cresceram 46,4%, para US$ 601 milhões.
O ministério destacou o aumento de 610% nas importações de algodão, de 99,3% nas de produtos lácteos, 81% nas de trigo, 67,2% nas de arroz e 37,6% nas de borracha natural.
As exportações agrícolas renderam US$ 4,287 bilhões em setembro, crescimento de 12,2% na comparação com o faturamento de US$ 3,820 bilhões no mesmo mês de 2005. A receita obtida com as vendas de açúcar e álcool cresceu 53,4%.
No caso do açúcar, o valor exportado aumentou 39,2% devido à elevação de cerca de 50% nos preços. As exportações de álcool aumentaram 120%, resultado do crescimento de 34,5% na quantidade embarcada e preços 63,5% acima dos de setembro do ano anterior.
O ministério destacou ainda o crescimento de 48,9%, em setembro, nas exportações de café, chá, mate e especiarias. As vendas de cereais, farinhas e preparações cresceram 269,9% e os embarques de fumo e tabaco aumentaram 62,3%.