Os promissores ventos que sopram a favor da produção de cana-de-açúcar no Brasil acabaram por embalar a coroação de uma empresa do setor como a melhor do agronegócio em 2006. A companhia paulista Nova América, focada na área sucroalcooleira, foi a campeã da segunda edição do prêmio Melhores do Agronegócio, promovido pela revista Globo Rural, da Editora Globo, em parceria com a Serasa, uma das maiores empresas do mundo em análises e informações para decisões de crédito e apoio a negócios.
“Estou surpreso e emocionado”, afirma Mário Donisete Chiarinelli, diretor de operações agrícolas da Nova América, que bateu 29 concorrentes, eleitas as melhores dos segmentos em que atuam. O objetivo do prêmio é reconhecer o trabalho de empresas com atividades antes ou depois da porteira.
A entrega dos troféus foi realizada em 18 de setembro, em São Paulo, e contou com a presença de cerca de 400 pessoas, entre elas Juan Ocerin, diretor geral da Editora Globo, Márcio Lopes de Freitas, presidente da OCB – Organiza-ção das Cooperativas Brasileiras, e Gabriel Maciel, secretário de defesa agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Segundo Chiarinelli, a Nova América tem uma filosofia de trabalho coerente com as questões ambiental e social, e um prêmio como esse coroa a eficiência global do grupo. O fato de uma empresa do setor de cana-de-açúcar ganhar o prêmio Melhores do Agronegócio não chega a ser uma surpresa, dado o momento propício que o setor vislumbra. A produção de cana no país aumentou 70% nos últimos dez anos, como conseqüência da maior procura por álcool, sobretudo para uso como combustível. O faturamento do setor sucroalcooleiro atinge volume recorde na atual safra, com 34 bilhões de reais, enquanto os investimentos em novas unidades e ampliação de usinas em funcionamento devem somar 13 bilhões de dólares nos próximos cinco anos.
Em 2005, após adquirir da Copersucar a marca do açúcar União, a Nova América tornou-se líder de vendas do produto no varejo. Na safra encerrada em abril deste ano, o grupo processou em duas usinas próprias, em Tarumã e Maracaí, SP, 6,3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Desse volume, resultaram 465,2 mil toneladas de açúcar e 203,6 milhões de litros de álcool.
Com faturamento de 1,55 bilhão de reais, a empresa está investindo nas embalagens do açúcar União e na melhoria da distribuição dos produtos pelo país. Para a safra 2006/07, a previsão é de que a produção de açúcar cresça 6,8%, para 497,1 mil toneladas, e a de álcool suba 18,5%, para 241,4 milhões de litros
Além de atuar no segmento sucroalcooleiro, a Nova América investe na fabricação de suco de laranja, produz soja, cria gado e ainda controla um terminal de açúcar no porto de Santos, SP. A diversificação é tradição da família Rezende Barbosa, proprietária do grupo que, desde o século 19, investia no plantio de café em Minas Gerais.
De acordo com Luiz Hafers, conselheiro da SRB – Sociedade Rural Brasileira, que também participou do julgamento do prêmio, a decisão pela Nova América ocorreu por conta de seu ótimo desempenho financeiro. Contou ponto, ainda, o fato de ser um grupo nacional moderno e de extrema eficiência operacional. “Essas características tiveram um peso grande. O que não quer dizer que os outros participantes não tivessem qualidades similares”, diz.
Na noite da premiação, o Bradesco entregou um trator Massey Ferguson ao produtor paulista Moritoshi Ugino. Ele foi sorteado entre os clientes do banco que fizeram financiamento de máquinas agrícolas nos últimos quatro meses.
O produtor paulista Moritoshi Ugino, ganhador do trator sorteado pelo Bradesco; ao lado, os convidados na noite de premiação