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Bioenergia abrirá caminhos para o micro empresário

O crescimento do setor de bioenergia no Oeste Paulista abre espaço para micros e pequenos empresários, que precisam dar suporte para diversos setores dessa cadeia, especialmente para o de serviços. Com esse tema, foi realizado ontem o primeiro dia do seminário “Bioenergia: perspectivas para o Oeste Paulista”, no câmpus do Unisalesiano.

As oportunidades de negócio na cadeia produtiva da bionergia são muitas e abrangem desde o setor agrícola, com maior participação do pequeno produtor à logística e tecnologia de informação.

O assessor técnico da Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro Sul do Brasil), Geraldo Majelo de Andrade Silva, afirma que hoje é mais rentável para o produtor cultivar do que arrendar a terra. Silva defende a produção independente devido à geração de empregos e renda.

O setor de logística também teve destaque no evento. O engenheiro da Arenglo Brasil, Elcio Ribeiro, destacou a importância da participação do micro e pequeno empresário por meio da utilização das ferramentas de tecnologia de informatização. “Antes estávamos limitados a ação de grandes grupos e empresas para fazer o transporte no setor, mas com essas ferramentas, reduzimos o comprimento do canal, ou seja, o número de pessoas envolvidas no processo”, diz. Assim, diminui-se a atuação dos intermediários, reduzindo custos para os grandes empresários e dando lucro para os micros e pequenos empreendedores.

A logística no setor de bioenergia na região é um dos grandes gargalos. O engenheiro utiliza, como exemplo de oportunidade para os micros e pequenos, o transporte dos produtos das usinas (basicamente álcool e açúcar) até o porto para serem escoados pela hidrovia Tietê-Paraná.

O plano de investimento no setor não é muito baixo. “Um rodotrem (veículo de transporte com capacidade para escoar até 50 toneladas de açúcar ou 60 mil litros de álcool) novo custa entre R$ 350 mil e R$ 400 mil”, calcula. Para começar, uma microempresa precisa pelo menos de três veículos, investimento inicial de R$ 1 milhão. “Mas há também as parcerias entre os pequenos empresários e os grandes grupos (usineiros), além de financiamentos e a opção pela compra de veículos usados”, afirmou.

O setor de recursos humanos é outro que concentra grandes oportunidades, principalmente para profissionais liberais. “O setor sucroalcooleiro é o que mais absorve especialidades”, afirmou o assessor de Relações Institucionais e conselheiro do Gerai (Grupo de Estudos de Recursos Humanos na Agroindústria), Erotides Gil Bosshard. As oportunidades vão desde o cortador de cana, ao gestor de empresas, passando por profissionais da saúde, consultores, assistência técnica, eletrônica, entre outros.

As oportunidades no setor de tecnologia de informação, administrativo, financeiro, jurídico, industrial e agrícola também foram abordados. Todos, sem exceção, apresentam demanda, mas falta serviços ou qualificação de mão-de-obra, o que pode comprometer no futuro a cadeia na região Oeste do Estado.

O seminário continua hoje com o tema “Bioenergia: Oeste Paulista e a Nova Demanda Mundial”, das 8h às 18h, no câmpus do Unisalesiano. A entrada é gratuita. O evento está sendo realizado pela UDOP (União dos Produtores de Bioenergia), em parceria com o Unisalesiano, Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo) e J.A. Rubiano Consultores Associados.