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Americanos investem R$ 1,2 bi em usina de açúcar e álcool em Naviraí

Depois de cinco meses de negociações, um grupo de investidores norte-americanos acaba de definir em R$ 1,2 bilhão (US$ 560 milhões) o valor de compra da usina de açúcar e álcool Coopernavi, de Naviraí (MS). Segundo fontes na prefeitura da cidade, a compra envolve as instalações atuais e mais a posse de terras e de maquinário a ser utilizado na expansão da área plantada de cana e da própria indústria de açúcar e álcool. O valor de venda é seis vezes maior do que o que vinha sendo informado desde o início das negociações entre a cooperativa de Mato Grosso do Sul e o grupo norte-americano. O prefeito de Naviraí, Zelmo de Brida, que é um dos cinco maiores cotistas da usina, revelou a uma emissora local de televisão que o valor deve ser fechado durante a assembléia geral marcada para a próxima quarta-feira.

A primeira autorização para a venda da usina produtora de açúcar e álcool foi dada em assembléia realizada no último dia 25 de julho, com a presença de mais de 70% dos 28 cooperados. Fontes locais revelam que parte dos cooperados resistiu à oferta estrangeira. O presidente da cooperativa, Ibanês Viero, não quer falar sobre a transação, mas disse que a última assembléia aprovou a conferência dos bens para transformar a cooperativa em Usina Coopernavi Sociedade Anônima. A mudança de cooperativa para regime de sociedade anônima foi exigida pelos investidores.

Está previsto que a capacidade de produção da nova usina deverá ser multiplicada por seis. Hoje, são moídos 2 milhões de toneladas de cana por safra. Após a conclusão das negociações, serão feitos aportes na usina, que aumentará a sua capacidade de moagem para 12 milhões de toneladas de cana.

Atualmente, para atender às necessidades de moagem da Coopernavi são plantados 25 mil hectares de cana, o que permite a produção de 80 milhões de litros de álcool e três milhões de sacas de 50 quilos de açúcar por safra. Na safra 2005/2006, a cooperativa moeu 1,8 milhão de toneladas e empregou no auge da safra 2,5 mil trabalhadores.

A cidade, que já conta com a presença do Frigorífico Bertin, aguarda a chegada de mais grupos sucroalcooleiros. Hoje, cerca de 20 usinas aguardam licenças ambientais para operar no município e arredores.