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Petrobras pode se tornar maior exportadora de álcool do país

A estatal brasileira Petrobras pode se tornar a maior exportadora de álcool do Brasil na safra 2006/07. A companhia pretende exportar 250 milhões de litros de álcool, de um total de 3,5 bilhões de litros projetados para esta atual safra.

Se confirmadas as previsões, a estatal ultrapassará o grupo Cosan, com 17 usinas de açúcar e álcool em todo país, e projeções para exportar 240 milhões de litros neste ciclo.

As exportações brasileiras de álcool são lideradas hoje pelas grandes tradings, segundo dados da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica). Entre as tradings, destacam-se a Crystalsev, Coinbra, Alcotra, Vertical e Coimex. O ranking leva em conta os grupos individuais. A Copersucar, que reúne 31 usinas, exportou 530 milhões de litros de álcool em 2005/06. A trading Coimex cerca de 450 milhões de litros de álcool.

Os principais mercados da Petrobras são a Venezuela e Nigéria. Nestes países, a estatal tem acordo para negociar a abertura de um mercado para o álcool combustível.

A companhia brasileira também pretende exportar álcool para o Japão. Para isso, já montou um escritório no Japão na expectativa de que o governo daquele país regulamente a mistura do álcool na gasolina.

O grupo também anunciou investimentos de US$ 600 milhões para a construção de alcodutos, ligando as principais regiões produtoras de álcool do país até os portos.

Neste sentido, o primeiro passo em andamento é a adequação do duto existente entre Guararema (SP) e o terminal de Ilha D Água, no Rio, em um investimento de cerca de US$ 30 milhões. Este duto movimenta hoje derivados de petróleo. Em uma segunda etapa, serão construídos outro duto e um terminal para permitir o transporte do álcool via hidrovia Tietê-Paraná. O projeto também contempla a construção de um duto ligando Uberaba, Ribeirão Preto, Sertãozinho e Paulínia.

A capacidade total do corredor de exportação atingiria 2 milhões de metros cúbicos por ano até 2008, volume que passaria para 4 milhões de metros cúbicos anuais a partir de 2009, chegando a 8 milhões de metros cúbicos/ano após 2011.