O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) apresentou aceleração de 0,21% na primeira prévia de setembro – segundo dados divulgados ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) –, depois de ter fechado agosto com alta de 0,37%. Em agosto, também na primeira prévia, o índice aumentou 0,16%. No ano, a inflação medida pelo IGP-M acumula alta de 2,17% e, nos últimos 12 meses, a variação acumulada é de 3,19%.
O Índice de Preços no Atacado (IPA) variou 0,31% no primeiro decêndio de setembro, taxa 0,14 ponto percentual superior à observada no mês de agosto, de 0,17%. Os índices referentes a dois dos três estágios de processamento em que são agrupados os produtos componentes do IPA apresentaram elevação em suas taxas.
Matérias-primas brutas: a taxa do índice desse ramo subiu de -0,17% para 1,59%. Os itens que mais contribuíram para a aceleração deste grupo foram aves (-6,79% para 1,47%), milho em grão (-2,61% para 1,97%) e café em grão (-5,46% para 2,80%).
O movimento foi compensado, em parte, por reduções nas taxas dos itens arroz em casca (6,57% para 2,0%), soja (-0,26% para -0,89%) e mandioca (4,94% para -1,70%).
Os bens intermediários registraram variação positiva no primeiro decêndio de setembro, de zero para 0,16%. A maior contribuição para esta aceleração partiu do subgrupo suprimentos, cuja taxa subiu de -0,94% para 0,03%.
No entanto, a taxa dos bens finais baixou de 0,65%, no primeiro decêndio de agosto, para -0,38% na primeira aferição de setembro do IGP-M. Contribuiu para esta desaceleração o subgrupo alimentos processados, cuja taxa reduziu-se de 0,44% para -0,71%.
Desaceleração
Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) desacelerou 0,02 ponto percentual. Sua taxa de variação passou de 0,01%, no primeiro decêndio de agosto, para -0,01%, no mesmo período de setembro. Quatro das sete classes de despesa apresentaram redução em suas taxas de variação. A maior contribuição para a desaceleração partiu do grupo educação, leitura e recreação, cuja taxa passou de 0,45% para -0,26%. Os destaques foram os itens passagem aérea (4,32% para -4,22%), hotel (2,0% para 0,23%) e compact disc-CD (2,51% para -2,26%). Contribuíram ainda para o recuo do IPC os grupos transportes e alimentação. As taxas correspondentes a esses grupos passaram de 0,21% para -0,01% e de 0,20% para 0,11%, respectivamente. No primeiro grupo, os decréscimos das taxas dos itens gasolina (0,30% para 0,13%) e álcool (1,06% para -0,81%) justificam o movimento. No segundo, os recuos nas taxas dos itens frutas (9,25% para 5,11%) e laticínios (0,06% para -0,98%) explicam o comportamento da taxa do grupo.
Custo da construção
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou desaceleração de 0,45 ponto percentual no primeiro decêndio de setembro, registrando taxa de 0,06%, ante 0,51%, no mesmo período de agosto. O índice relativo a materiais e serviços mostrou variação de 0,12%, enquanto no mês anterior a taxa havia sido de 0,37%. O índice que capta o custo da mão-de-obra não registrou variação. Na apuração anterior, a Fundação Getúlio Vargas havia apurado uma alta de 0,67%.
IPC-Fipe
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de São Paulo apresentou uma pequena variação na primeira quadrissemana de setembro, com alta de 0,16%, segundo dados divulgados ontem pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe/USP). No mesmo período de agosto, o IPC registrou elevação de 0,12%.
No grupo habitação, a pesquisa da Fipe detectou recuo na primeira leitura do mês, ou seja, uma deflação de 0,18%, taxa ligeiramente acentuada em relação ao fechamento da primeira quadrissemana de agosto, quando foi anotada queda de 0,17%.
A maior alta registrada entre os grupos ocorreu no ramo vestuário. Houve avanço de 0,66%, após queda de 0,12 %, em agosto.
No ramo saúde, os preços subiram 0,60% na primeira quadrissemana, enquanto que no mesmo período do mês anterior a alta fora de 0,47%.
Os preços de alimentação tiveram alta de 0,50%, nesta primeira leitura, ante 0,46% registrado em agosto. O IPC mede a variação dos preços no município de São Paulo e tem como universo famílias com renda até 20 salários mínimos.
Por sua vez, o Índice Custo de Vida da Classe Média (ICVM), medido pela Ordem dos Economistas de São Paulo, apresentou variação positiva de 0,16% em agosto. O resultado é ligeiramente superior ao de julho (0,12%). Segundo a entidade, a variação acumulada em 2006 é negativa (-0,16%) e nos últimos 12 meses registrou-se alta de 1,83%.
De acordo com a entidade, os preços do grupo alimentação apresentaram alta de 0,66%, em média. As maiores altas ficaram por conta dos preços da carne bovina (3,44%) e das frutas (6,71%). Por outro lado, ocorreram expressivas reduções nos preços do feijão (-7,37%), da batata (-7,36%) e dos legumes (-4,30%).
Saúde e transportes
Já nas despesas com saúde o aumento foi de 0,44%. Os preços dos serviços médicos aumentaram 0,41%, destacando-se os preços dos planos de saúde (0,93%), enquanto os dos remédios e produtos farmacêuticos aumentaram 0,51%, também em média.
Os preços do grupo despesas pessoais aumentaram, em média, 0,42%. Os preços do grupo transportes apresentaram aumento de 0,05%. O resultado deve-se principalmente à redução verificada nos preços do álcool combustível (-0,20%) e da gasolina (-0,14%).
O grupo educação apresentou alta de 0,04%. As despesas com habitação apresentaram redução média de 0,21% e no grupo vestuário a redução foi de 0,55%.