Apesar de possuir a terceira maior reserva de petróleo conhecida no mundo, o Iraque está na estranha posição de precisar importar combustível para suprir a demanda doméstica. O Ministério do Petróleo do país anunciou que o governo gastará US$ 800 milhões com a importação de derivados de petróleo até o fim do ano. O objetivo é melhorar o abastecimento interno e as reservas estratégicas, disse o ministro Hussein al-Shahristani.
Atualmente faltam gasolina, querosene e gás de cozinha. A escassez provoca filas em postos de combustíveis – que vendem gasolina ao preço oficial – várias horas de corte de eletricidade por dia, já que a energia elétrica é produzida basicamente por termelétricas.
As três principais refinarias iraquianas Doura, Beiji e Shuaiba – estão operando com metade de sua capacidade por causa da falta de investimentos nas instalações nas últimas décadas e dos freqüentes atentados de insurgentes contra as empresas e a rede de oleodutos.
A escassez fez com que surgisse um amplo mercado paralelo. Enquanto preço oficial do litro de gasolina em Bagdá é de US$ 0,17, no paralelo é vendido a US$ 1,30. O botijão de gás custa apenas alguns centavos na tabela oficial, mas, na falta, os iraquianos acabam pagando até US$ 18 pelo produto contrabandeado.
As três refinarias processam um total de 350 mil barris por dia. Antes da invasão do Iraque, desencadeada em 20 de março de 2003, elas produziam 700 mil barris por dia. O Ministério do Petróleo informou que o país importará os derivados da Turquia, Síria, Irã e Kuwait.