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Governo estuda antecipação de metas de uso do biodiesel

Ao falar no 1º Encontro Nacional do Biocombustível, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse que o governo está estudando a possibilidade de antecipar as metas da utilização do biodiesel na mistura ao diesel comum. Pelo cronograma do governo, entre 2008 e 2012 a mistura obrigatória de biodiesel é de 2%, o que significa a utilização de 1 bilhão de litros por ano. A partir de 2013, a mistura sobe para 5%, representando 2,4 bilhões de litros/ano, segundo o cronograma.

– Estamos analisando se esta é uma decisão correta. Não podemos cometer nenhuma aventura – disse a ministra.

Atualmente, 2.300 postos de gasolina e oito distribuidoras do país já comercializam o biodiesel. Até dezembro, o número de postos deve subir para 4.010. Os postos são das bandeiras Petrobras, Shell, Ipiranga e ALE. Dilma também falou sobre a utilização do solo para produção de agroenergia. Segundo ela, a produção de apenas 5% de biodiesel vai significar 1% na área agricultável no país, representando a utilização de 4 milhões de hectares.

Dilma destacou a necessidade de investimento em pesquisa e desenvolvimento. Segundo a ministra, entre 2006 e 2008 estão previstos investimentos na área de R$ 355 milhões. Outro tema abordado por ela foi o H-Bio, diesel especial produzido pela Petrobras. Segundo ela, o H-Bio não exclui o biodiesel. Dilma lembrou que a Petrobras já faz testes comerciais para produção do H-Bio utilizando a soja, mas também poderão ser utilizadas a mamona, o girassol e o dendê.

– Eles são absolutamente complementares – disse.

Atualmente, o H-Bio já é produzido em três refinarias. Segundo ela, o H-Bio tem um potencial de impacto na balança comercial de US$ 145 milhões ao ano. O volume da produção atual equivaleria a 15% das importações de diesel.

Dilma também falou sobre álcool e lembrou que o combustível representa 16,9% da matriz energética do país. Ela destacou a importância da fabricação dos carros bicombustíveis, que usam gasolina ou álcool. Segundo a ministra, em julho, 76% dos veículos leves fabricados no país já eram flex-fuel, devendo chegar a agosto com uma produção de 2 milhões de veículos. Até 2008, o país deve produzir anualmente 5 milhões de veículos bicombustíveis, segundo ela.

A ministra destacou a importância da exportação dos biocombustíveis. Segundo ela, está sendo discutida a construção de um duto para exportação, que dependeria de uma parceria público-privada (PPPs). Um dos gráficos apresentados por Dilma Rousseff mostrava que 86% das exportações de 2006 foram feitas por São Paulo e pelo Rio de Janeiro.