Durante Seminário sobre Biocombustível, que aconteceu em São Paulo, José Domingos Gonzalez Miguez, coordenador geral de Mudanças Globais do Clima do Ministério de Ciência e Tecnologia, apresentou os avanços conquistados por meio do Protocolo de Kyoto, que estabelece metas legais baseadas nas emissões de poluentes, e projetos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL). Dos 263 projetos registrados no mundo, 59 são do Brasil. Esses projetos já reduziram 666 milhões de toneladas de CO2. Nos aterros sanitários (Salvador/BA) foram utilizadas as primeiras metodologias brasileiras aprovadas pelo Conselho Executivo do MDL.
De acordo com Henry Joseph Junior, presidente da Comissão de Energia e Meio Ambiente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), o biocombustível deverá ser reforçado porque sete montadoras estão produzindo 41 modelos de veículos flex no mercado brasileiro. “Novos fabricantes entrarão neste mercado com a oferta de novas opções de modelos, oferecendo maior atratividade para os consumidores”, disse. Com isso, a participação dos carros com motorização flexível que, hoje, está em 76% deverá subir para 85%. Segundo a Anfavea, até o final de 2006, a frota de veículos flex atingirá 2,5 milhões. Em 2010, este número poderá chegar a 7,9 milhões.
No mercado internacional, o desenvolvimento do mercado flex dependerá da disponibilidade de etanol combustível, da capacidade própria de produção de outro combustível e da tecnologia dos veículos.
Em sua apresentação, José Roberto Mendonça de Barros, sócio-diretor da MB Associados, ressaltou que a motorização flex deverá defender, inclusive, um pouco o setor automotivo contra a importação de veículos chineses, já que não possuem esta tecnologia.
De acordo com o presidente da Comissão de Energia e Meio Ambiente da Anfavea, há 25 anos a indústria automobilística brasileira vem apoiando o uso de combustíveis alternativos por meio de investimentos em pesquisa, treinamento de pessoal, participação nas discussões técnicas sobre o tema e da manutenção da garantia de produtos. Com relação ao biodiesel, a entidade espera que o combustível possa ser usado pela frota diesel existente, que seja compatível com a futura qualidade do diesel e com as tecnologias de motores já previstas para atender aos novos limites de emissões.
Sérgio Antonio Reze, presidente da Fenabrave, salientou que o evento fomentará novas pesquisas sobre o tema. “A Fenabrave promoveu este evento não na intenção de esgotar o tema, mas, ao contrário, no intuito de despertar e identificar ações que possam contribuir para uma maior atratividade do uso destes combustíveis pelo mercado, assim como o investimento a novas descobertas e oportunidades para todos”, disse. (Redação – InvestNews)