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Cosan procura sócios para construir terminal portuário e alcooduto

A Cosan, maior processadora de cana-de-açúcar do mundo, planeja uma joint venture com outros produtores para construir infra-estrutura para exportar etanol, como alcoodutos e terminais portuários. A empresa baseada em Piracicaba (SP) está negociando o projeto com membros da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), que responde por 85% do processamento de cana do Brasil, disse o diretor comercial da Cosan, Alexandre Aidar.

“Precisamos reunir forças para desenvolver um mercado mundial para nosso etanol e distribuí-lo”, afirmou Aidar. “O mercado global de energia é um mercado de gigantes”, destacou. A alta dos preços do petróleo incitou os Estados Unidos e outros países industriais a aumentar esforços para elevar o consumo de combustíveis renováveis. O preço do petróleo bateu o recorde de US$ 78,40 o barril no mês passado, diante da preocupação de que os conflitos no Oriente Médio poderiam se intensificar.

O Brasil, o maior produtor mundial de açúcar e o único grande exportador de etanol obtido da cana, embarca aproximadamente 2,5 bilhões de litros (528 milhões de galões) do biocombustível por ano, principalmente para os Estados Unidos.

Planos de países como Japão e Nigéria de importar etanol podem multiplicar as exportações brasileiras, analisou Aidar. “Há interesse real de diversos países em adicionar álcool à gasolina”, disse ele, após encontro com o ministro nigeriano do petróleo e presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Edmund Daukoru. “Temos de estar preparados para abastecê-los” afirmou Aidar.

Segundo o vice-presidente financeiro da Cosan, Paulo Diniz, em cinco anos, o grupo vai elevar a porcentagem de cana-de-açúcar processada para etanol dos atuais 35% para 50%.

O Grupo José Pessoa, o sexto maior produtor de etanol do País, sediado em São José do Rio Preto (SP), também espera atender à demanda ascendente pelo combustível. A empresa anunciou que, nos próximos cinco anos, investirá US$ 50 milhões para aumentar a capacidade de suas usinas.