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IGP-DI recua para o menor nível desde abril

Influenciado, principalmente, pela desaceleração do Índice de Preços por Atacado (IPA), o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) recuou para 0,17% em julho deste ano, o menor patamar desde abril, depois de registrar alta de 0,67% em julho. Para o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, a variação deve-se a uma combinação de fatores positivos, principalmente nos setores industrial e agrícola. A perspectiva para agosto é que o índice suba mais um pouco e fique em torno de 0,3%.

Dos três índices que compõem o IGP-DI, somente houve variação positiva no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que avançou de -0,40% para 0,06%. Os preços analisados pelo IPA e pelo Índice Nacional da Construção Civil (INCC), em julho, foram, respectivamente, 0,89% e 0,43% menores que em junho, o que contribuiu para que, na média geral, o IGP-DI tivesse aumento pequeno.

Economista acha provável aumento do índice neste mês

“A variação de 0,17% registrada em julho é considerada pequena, e não está compatível com a taxa de inflação. Ela é produto de uma combinação favorável dos bons resultados da indústria e da agricultura e, como é complicado que todos os preços caiam sempre no mesmo momento, é provável que o índice suba um pouco. Ainda assim, ele deve ficar relativamente baixo, porque a queda de muitos preços, principalmente de insumos, é uma tendência. Dentro da realidade econômica brasileira, uma taxa de aumento de 0,3% seria considerada estável”, afirma.

De acordo com Salomão Quadros, alguns produtos devem subir de preço em agosto, o que pode provocar aumento da variação no índice. Entre eles, a cana-de-açúcar, o álccol, os derivados do petróleo e a carne bovina devem ficar mais caros. Segundo ele, a seca que atinge a região sul do país deve contribuir para que o preço da carne suba mais que a média prevista para os próximos meses.

Dentro do IPC, os preços de alimentação foram os que mais constribuíram para o aumento do índice, principalmente as frutas, que respondem por mais de 60% da elevação do índice. A queda do INCC foi fortemente impactada pela redução do índice relativo à mão-de-obra, devido ao fim dos reajustes salariais em grandes cidades, principalmente Rio e São Paulo. No IPA, o índice relativo aos bens finais apresentou aumento de variação, enquanto houve redução nos preços dos bens intermediários e das matérias primas brutas.

Segundo Quadros o aumento dos bens finais deve se refletir no varejo, já que estes produtos são consumidos diretamente pela população. Porém, como há tendência de queda nos preços dos bens intermediários e das matérias primas, a onda de aceleração do preço dos bens finais não deve permanecer nos próximos meses.