Mercado

Inflação volta a subir no DF

Os preços dos alimentos e dos combustíveis alavancaram pela terceira semana consecutiva a inflação no Distrito Federal. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) ficou em 0,79% nos primeiros dias de agosto, bem superior à média nacional (0,21%).

A alta de preços nas últimas semanas inverteu a trajetória de queda verificada na inflação. Por seis semanas o índice de preços registrou deflação no DF. A expectativa dos técnicos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) é de que os reajustes se mantenham positivos nos próximos dias.

“Alimentos e combustíveis devem se manter nesses patamares até o fim de agosto. Não deve haver queda do índice nesse período”, analisa o coordenador do IPC-S, André Braz. No acumulado do ano o IPC-S do DF está em 1,53%.

Combustível

O preço do álcool continua subindo no varejo e deve puxar para cima o preço da gasolina nos próximos resultados do IPC-S, segundo Braz. Ele informou que, na passagem do IPC-S de 31 de julho para o indicador até 7 de agosto, a alta no preço do álcool combustível passou de 0,63% para 2,11%. Porém, no mesmo período, o preço da gasolina desacelerou: a elevação de preço nesse produto passou de 0,31% para 0,22%.

“Parece que o preço da gasolina ainda não captou essa elevação no preço do álcool”, disse Braz. A gasolina tem 20% de álcool em sua formação. O economista considerou que a alta no preço do álcool ainda está relacionada à demanda aquecida pelo produto – cuja oferta não parece estar sendo suficiente para atender à procura nos mercados interno e externo. A aceleração na taxa do IPC-S deve continuar no próximo resultado do indicador, que será referente à quadrissemana encerrada no dia 15.

Entretanto, o economista comentou que há uma possibilidade de o IPC-S registrar taxa menor, na próxima apuração, do que a taxa anunciada hoje (0,21%). Se o mamão da amazônia – papaia, um alimento in natura cujo comportamento de preço é volátil, registrar uma “reviravolta” de preços, e desacelerar drasticamente, isso pode contribuir para uma taxa do IPC-S mais baixa, na próxima quadrissemana. Segundo Braz, o mamão representa 0,31% dos gastos totais das famílias com alimentação, no âmbito do IPC-S.