Com a expansão do setor sucroalcooleiro, o empresário Antônio Cabrera, ex-ministro da Agricultura do governo Collor, vê surgir uma nova classe empresarial na agricultura e um nível mais elevado de negócios do que a simples comercialização de commodities agrícolas. Cabrera, segundo informa, pretende ser incluído nessa classe especial de empresários rurais
Para isso, o empresário Antônio Cabrera planeja investir R$ 60 milhões na construção de uma usina de açúcar e álcool. Será em Limeira do Oeste, no Triângulo Mineiro. As obras para a instalação da usina começam em fevereiro de 2007. A primeira moagem da Energética Cabrera Ltda. se dará em abril de 2009. Inicialmente, a usina processará 500 mil toneladas de cana-de-açúcar por safra e irá gerar 600 empregos diretos. Numa segunda fase, a partir de 2012, a usina processará 1 milhão de toneladas de cana, com 900 empregados.
O objetivo, segundo informa, será deixar de ser um produtor de cestas básicas para produzir uma commodity energética.
Pés na indústria
A expansão da produção de açúcar e álcool tem conotação especial para o ex-ministro: a situação na área agrícola andava muito deficitária. Agora temos a oportunidade de um produtor rural colocar os pés na área industrial, que é muito mais rentável”, afirma.
Segundo Cabrera, o negócio não oferece riscos: “nunca vi um mercado tão seguro”, diz Cabrera, referindo-se ao comércio de álcool. “Esse mercado é tão seguro que há muitos investidores estrangeiros desesperados para entrar no setor”, comenta.
Com terras em São Paulo, Minas Gerais, Pará, Goiás e Mato Grosso, o Grupo Cabrera atua na pecuária de corte, na produção de grãos (milho, soja e arroz) e ainda trabalha com mineração, na produção de calcário, na exportação de levedura e com rações animais.
A Energética Cabrera deverá ser apenas a primeira usina do grupo. Ele já tem planos de construir, em parceria com investidores, outra unidade sucroalcooleira, desta vez em São Paulo, no município de Gastão Vidigal, na região de Araçatuba, no oeste paulista.
A análise de viabilidade econômica, o desenvolvimento do projeto da nova usina e a captação de recursos são de responsabilidade da Auston Consult, com filial em Ribeirão Preto. Benefícios fiscais, terras férteis e mais baratas do que em São Paulo e a possibilidade de parcerias público-privadas com o governo mineiro para a infra-estrutura no local pesaram na decisão da escolha do Estado para o investimento.