As sucessivas altas dos preços do álcool hidratado desde meados de maio – de 8,5% nas usinas e de 10% nas bombas – não devem ser interpretadas como sinal de crise no abastecimento na entressafra da cana-de-açúcar a partir de dezembro.
As estimativas são de que neste ano a colheita da cana será 11% maior na região Centro-Sul. Está prevista ainda uma significativa redução da demanda doméstica de álcool. Além disso, segundo o diretor-técnico da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), Antônio de Pádua Rodrigues, a safra 2006/07 ainda nem chegou à metade. A produção das usinas está sendo dividida para atender também ao mercados de açúcar, cuja demanda está aquecida.
“Não há desequilíbrio no mercado do setor”, afirma Pádua. “O que está puxando os preços do álcool no mercado interno é a forte procura por etanol pelas distribuidoras de combustíveis americanas.” As exportações estão aceleradas. Entre maio e junho, as vendas externas de álcool somaram 680 milhões de litros, 54% mais que em igual período de 2005. Mesmo assim, garante Pádua, o álcool continua vantajoso para o consumidor.