A Braspress do Grupo H&P Empreendimentos e Participações Ltda que atua na distribuição de encomendas urgentes é a primeira empresa do setor no estado de São Paulo a aderir ao biodiesel. Na próxima semana toda sua frota, formada por 782 caminhões, passará a usar o novo combustível.
Os veículos da frota da Braspress são de médio e grande porte, rodam mais de 66,4 milhões de quilômetros e consomem por ano cerca de 16 milhões de litros de combustíveis, o que representa um custo superior a R$ 10 milhões anuais. “Tomamos a decisão de adotar o novo combustível por uma questão social. No momento não podemos falar em redução de custos porque o preço do diesel e do biodiesel são os mesmos”, afirma o diretor de operação, Luiz Carlos Lopez.
Sobre a utilização do biodiesel e os efeitos que poderá apresentar nos veículos, Lopez disse que é prematuro se pensar em problemas e benefícios. ” É muito cedo para avaliarmos o custo logístico o que nos interessa é que a médio prazo, os preços fiquem mais baixos. Por enquanto estamos fazendo nossa parte como empresa politicamente correta”, avalia.
A Braspress existe há 28 anos e atende as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. As operações envolvem 500 veículos agregados e conta com 4.000 funcionários. Partindo da proposta de inovar, pelo menos 50 % dos motoristas da empresa, são mulheres. Segundo o diretor de operação, este ano foram investidos US$ 6 milhões em tecnologia, mão-de-obra, frota e em equipamentos de movimentação.
Fontes renováveis
O biodiesel é produzido a partir de fontes renováveis, especialmente quanto tem como suas matérias-primas etano (ao invés de metano) e um óleo qualquer de origem vegetal (mamona, por exemplo) ou animal (sebo). É usado em substituição ou adicionado ao diesel de petróleo.
Por mais de 50 anos, o Brasil desenvolveu pesquisas sobre o novo combustível, promoveu iniciativas para usos em testes e foi um dos primeiros a registrar a patente sobre o processo de produção do combustível, em 1980. Por meio do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), foi organizada a cadeia produtiva e definidas linhas de financiamento, estruturadas as bases tecnológicas e editado o marco regulatório do novo combustível.
A estrutura gestora do Programa ficou definida com a instituição da Comissão Executiva Interministerial (CEIB) possuindo, como unidade executiva, um Grupo Gestor.
Em dezembro de 2004 foi lançado o marco regulátório que estabelece as condições legais para a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira de combustíveis líquidos. A lei 11.097, de janeiro de 2005, efetivou essa introdução.
O objetivo do programa e de que seja voltado para a agricultura familiar.