O objetivo do projeto é garantir oferta de energia a pequenas comunidades. O Núcleo de Biodiesel da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) está instalando uma usina-piloto de produção do biocombustível no campus universitário de São Luís. A usina deve entrar em operação até o final do mês e o biodiesel, a ser produzido a partir do babaçu, será destinada à geração de energia e testes no setor automotivo.
O projeto de pesquisa, avaliado em cerca de R$ 700 mil, tem o apoio da Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte), da Fundação e Amparo à Pesquisa do Maranhão (Fapema) e do Programa Estadual de Biodiesel da Secretaria de Estado de Minas e Energia.
A implantação da unidade piloto tem por objetivo viabilizar a geração de energia em pequenas comunidades isoladas e realizar testes adicionando o biodiesel ao combustivel fóssil em veículos automotivos, que serão feitos nos carros da própria universidade.O babaçu é o fruto de uma palmeira nativa, considerado o principal produto do extrativismo vegetal do Maranhão. Estima-se que mais de 80% dos babaçuais existentes no Brasil estejam no Estado.
Para o coordenador do Núcleo de Biodiesel da UFMA, Fernando Carvalho Silva, o Maranhão tem grande potencial para produzir biocombustível, já que o Estado oferece condições para cultivar qualquer tipo de oleaginosa.
“Tem o babaçu; a mamona, que se adapta tanto no semi-árido quanto na região meio norte; o dendê, que é uma cultura possível, desde que se viabilize a plantação; o amendoim; o girassol; o óleo de algodão; e a soja, que já é produzida no Estado”, relaciona o professor, destacando que o grande gargalo do biodiesel é garantir a produção do óleo.
No momento, o Estado tem sido procurado por várias empresas dispostas a realizar investimentos no setor de biodiesel, de acordo com informação da Secretaria de Estado de Minas e Energia.
Criado ano passado, o Programa de Biodiesel do governo estadual contempla, entre outras ações, o incentivo à produção de biocombustível e a elaboração de uma política para o desenvolvimento da produção e comercialização do produto, introduzindo-o na matriz energética estadual.
É meta ainda do programa criar um banco de dados da real situação do Estado referente à produção de oleaginosas e incentivar a expansão das culturas, visando suprir a demanda da indústria maranhense de óleos e de biodiesel.
Indústria
O Maranhão pode produzir biodiesel a partir de 2007. A Brasil Ecodiesel tem planos de instalar uma usina em São Luís para produzir o biocombustível com investimentos da ordem de R$ 30 milhões.
A implantação da unidade no Estado poderá ser definida hoje, após os leilões de compra realizados pela ANP.
A empresa oferece em leilão 430 mil metros cúbicos por ano de biodiesel, fruto de todos os seus projetos no Brasil, segundo o presidente da Brasil Ecodiesel, Nelson Silveira.
A Brasil Ecodiesel já estrutura a cadeia de fornecimento da mamona, matéria-prima utilizada para a produção do biocombustível. O plantio envolve uma parceria com mais de duas mil famílias de pequenos agricultores do estado.