Pernambuco não deverá receber qualquer investimento significativo no aumento da área plantada com cana-de-açúcar na safra 2006/07. Prejudicado pela seca nos últimos dois anos, o Estado deverá manter a mesma área. “Neste momento, o setor não está em condições de expandir o plantio. O aumento da produção de cana refletirá o clima”, afirmou Renato Cunha, presidente do Sindicato das Indústrias de Açúcar e Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar/PE).
Levantamento preliminar do Sindaçúcar/PE mostra que a colheita no Estado poderá atingir entre 15 milhões e 15,5 milhões de toneladas no novo ciclo, um aumento médio de 10% sobre a safra anterior (2005/06), de 13,9 milhões de toneladas – mas isso se as recentes chuvas continuarem.
A colheita de cana no Estado e em toda a região Nordeste tem início entre o fim de agosto e o início de setembro. A expectativa do Sindaçúcar/PE é que a produção nordestina aumente em pelo menos 5%, para algo em torno de 52 milhões de toneladas.
Cunha deverá se reunir amanhã, em Brasília, com o diretor de cana e agroenergia do Ministério da Agricultura, Ângelo Bressan, para discutir políticas públicas de incentivo à produção de cana no Estado e região Nordeste.
As usinas nordestinas também cobram os recursos para a equalização da produção de cana na região – em torno de R$ 1,1 bilhão, que não são pagos desde 2001. Esses recursos servem para cobrir a diferença dos custos de produção do Nordeste em relação ao Centro-Sul do país.
O segmento também cobra do governo as mesmas medidas de socorro adotadas para os produtores de grãos. “Não estamos participando do bom momento vivido pelo Centro-Sul”, disse Cunha.