Mercado

Cana: Produtores não custeiam produção

Apesar do ritmo acelerado dos investimentos no setor de açúcar e álcool, fornecedores de cana-de-açúcar do interior paulista ainda não conseguem custear a formação dos canaviais e ter maior participação na expansão da atividade.

A consideração é do consultor agronômico da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo), Oswaldo Alonso.

Para elevar a produção de cana-de-açúcar na proporção que a indústria necessita a fim de atender à demanda crescente de açúcar e álcool, o consultor afirma que o investimento é alto e o fornecedor ainda está sem caixa suficiente.

“A safra atual irá permitir margem positiva aos fornecedores, mas o montante desta margem é totalmente dependente do mercado”, observa.

Alonso afirma que o valor da tonelada de cana na safra 2005/2006 permitiu aos fornecedores apenas recompor as perdas verificadas nas duas safras anteriores.

Na safra atual, o preço da cana pago aos fornecedores pelas usinas está em R$ 41,82 a tonelada, segundo indicador da UDOP (Usinas e Destilarias do Oeste Paulista).

Outro agravante apontado pelo consultor é o custo da terra ou seu arrendamento. Alonso afirma que os valores que estão sendo pagos pelas usinas, em instalação ou ampliação, inviabilizam a participação de fornecedores. Pela planilha desenvolvida pela Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro Sul do Brasil) e representantes de fornecedores no Consecana/Canatec, arrendamentos acima de 16 toneladas de cana por hectare por ano de cultivo já comprometem a rentabilidade de produção por fornecedores.

O consultor considera que crédito para investir na atividade não falta, mas as taxas existentes ainda são pouco convidativas.