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Contratos flexíveis desvalorizam produto boliviano

A Bolívia desvalorizou o gás que produz ao deflagrar uma crise de credibilidade junto aos consumidores. O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, afirmou que as ações de Evo Morales propiciam condições para os chamados contratos flexíveis, pelos quais o consumidor pode barganhar pela compra do produto, pois não depende exclusivamente do gás natural para gerar energia.

“Os contratos flexíveis dominam vários negócios em vários países”, disse o executivo. As incertezas estão contaminando toda a cadeia dependente do gás. Diante da crise de credibilidade, consumidores tendem a buscar – ou retomar – outras alternativas para produzir, como álcool ou óleo combustível. Uma fábrica de papelão que tem a opção de funcionar a partir de óleo combustível ou de gás natural dará preferência ao primeiro se houver dificuldades de preço ou de fornecimento do gás.

Barbassa informou que a importação diária de gás natural da Bolívia (26,5 milhões de metros cúbicos) equivalem a cerca de 100 mil barris de óleo equivalente. De acordo com o último levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o Brasil exporta cerca de 170 mil barris diários de óleo combustível – bem mais do que precisa para substuição do gás. O problema é o impacto ambiental, como advertem especialistas.