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Desempenho industrial nos Estados

Os dados do IBGE sobre a produção industrial regional são apresentados sob três formatos: dados do mês, em relação ao mesmo mês do ano anterior; do último trimestre, comparado com o trimestre precedente; e do acumulado de 12 meses. Os dados dos trimestres são certamente os mais interessantes por abrangerem um período mais longo.

A pesquisa do IBGE acusa crescimento geral de 4,6% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao último trimestre de 2005 (que cresceu 1,3% sobre o penúltimo), e permite a conclusão de que a retomada da produção industrial, além de significativa, é bastante generalizada, pois apenas em dois Estados houve queda nos dois trimestres – Paraná e Rio Grande do Sul -, o que parece indicar que os dois enfrentam dificuldades mais prolongadas por causa da queda das atividades agropecuárias.

No entanto, registram-se no trimestre grandes diferenças de taxas de crescimento de um Estado para outro – desde 1,2% em Santa Catarina, até 12,6% no Pará. O que nos parece muito importante é que, no Estado de São Paulo, onde se concentra a maior parte da produção industrial, a taxa de crescimento foi ligeiramente superior à da média trimestral geral (4,7%, ante 4,6%).

A explicação para as diferenças de desempenho de região para região se encontra, de um lado, no tipo de produção regional dominante, e, de outro, na demanda externa dessa produção. Naturalmente, os Estados produtores de petróleo e derivados, assim como os produtores de álcool, exibem desempenho muito positivo – casos do Ceará (10,3%), do Rio de Janeiro (5,1%) e da Bahia (6,6%).

A produção de minérios de ferro, que está sendo estimulada por demanda mundial elevada, afeta positivamente o desempenho industrial do Pará (12,6%) e de Minas Gerais (6,5%), mas muito menos o de Espírito Santo, parecendo ter havido uma queda local de produção dessa commodity.

Certamente, o resultado mais interessante da pesquisa do IBGE é o do crescimento industrial trimestral registrado no Estado do Amazonas (10,6%), reflexo da atividade da Zona Franca de Manaus na produção de bens de consumo duráveis, assim como do otimismo do mercado quanto à demanda desses produtos.

O crescimento da produção industrial em São Paulo parece animado de tendência semelhante, acrescentando-se, no caso, o da produção de veículos automotores e de bens de capital, assim como de celulose.

Convém, finalmente, assinalar que os Estados que dependem da produção têxtil (especialmente à base de algodão) vêm apresentando resultados positivos graças à modernização do setor.