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Empresa quer ampliar atuação na área de energia produzindo combustíveis

O foco mais recente da Imcopa é a pesquisa com fontes de energia. Essa área de pesquisa começou a amadurecer quando a empresa investiu na produção de farelo de soja com alto teor de proteína e sem açúcar. Durante o processo de fabricação, é retirado um melaço que pode ter diversos destinos. A companhia decidiu, em um primeiro momento, apostar no álcool feito a partir desse resíduo.

Hoje são produzidos 10 mil litros por dia, usados no próprio processo de retirada do açúcar dos grãos. Até o fim do ano que vem, a Imcopa investirá US$ 5 milhões para aumentar a capacidade para 70 mil litros por dia. Boa parte desse volume deve ser exportada para atender a segmentos de mercado. O álcool de soja, assim como os derivados de outros cereais, tem usos nobres, como na indústria farmacêutica e até no setor de bebidas. Também não está descartado seu uso para abastecer veículos.

Outra utilidade para o líquido está na fabricação de biodiesel – que é obtido em uma reação com óleos. “Temos as duas matérias-primas e pretendemos investir também nesse setor”, afirma o presidente da Imcopa, Frederico José Busato Júnior. O projeto está em fase de elaboração e deve consumir US$ 6 milhões para o processamento de 100 mil toneladas de biodiesel por ano.

A escolha pelos nichos de mercado ficou mais clara para a Imcopa em 1998, quando a multinacional suíça Nestlé encomentou lecitina feita com soja não-transgênica. Hoje a empresa paranaense é a maior do mundo neste segmento. A lecitina é rica em fosfatos e vitaminas do complexo B e é usada para enriquecer alimentos.

Na área de farelos, além de fornecer variedades sob medida para fábricas de rações, a Imcopa tenta entrar no mercado japonês de produção de shoyu, o tradicional molho à base de soja. “Estamos testando um farelo especial e queremos vendê-lo para os pequenos produtores do Japão”, conta Busato.