A Fundação Getúlio Vargas (FGV) avalia que levaram vantagem os consumidores brasileiros que optaram nos últimos 12 meses por um carro movido a gás natural em lugar de um veículo bicombustível, também chamado de Total Flex.
A alta no preço do GNV (gás natural veicular) de maio de 2005 a abril deste ano foi bem menor que a variação no preço do álcool e da gasolina, combustíveis usados nos carros Total Flex. O GNV subiu 8,99% nos últimos 12 meses, enquanto o álcool aumentou 40,41% e a gasolina, 14,03%.
“Embora os carros movidos a gás exijam um investimento para instalar o kit, quem escolheu o carro com GNV em vez de Total Flex se deu bem”, disse nesta quinta-feira o coordenador de índices de preços da FGV, André Braz.
De acordo com o economista, a vantagem também é observada no acumulado de janeiro a abril. No período, o GNV aumentou 1,94%, ao passo que o álcool subiu 38,82% e a gasolina, 14,03%.
A forte alta do álcool foi estimulada por problemas de oferta do setor sucroalcooleiro nacional.”Os preços subiram muito no primeiro trimestre do ano e ainda acabaram por contaminar o preço da gasolina”, completou Braz.
Segundo o economista, a cana-de-açúcar e o álcool estão subindo no atacado, pelo IGP-M de abril, e a tendência é que essa pressão do álcool chegue em breve ao consumidor.
“A expectativa é de que, com a entrada da safra, os preços da cana e do álcool comecem a ceder. Isso abriria espaço para queda na gasolina também. Mas, na ponta, eles ainda estão subindo e quem optou pelo GNV tem possibildade de continuar ganhando com altas menores de preço”, comentou Braz.