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Bush anuncia medidas para baixar gasolina

Pressionado para reduzir o preço final da gasolina, num ano de eleições para o Congresso, em novembro, o presidente George W. Bush suspendeu temporariamente a compra de petróleo para as reservas estratégicas dos Estados Unidos, pediu aos americanos que consumam menos combustíveis, recomendou o abrandamento temporário de restrições à emissão de certos poluentes e sugeriu ao Congresso que revogue o abatimento de impostos (que ele próprio propôs) às empresas petrolíferas para estimular a produção.

De imediato, o petróleo futuro caiu em Nova York – o contrato de junho recuou US$ 0,45, para US$ 72,88 o barril – e o contrato de gasolina para junho caiu US$ 0,08.

Mas especialistas dizem que a medida não ajudará a reduzir o preço final. Hoje, o litro de gasolina nos EUA se aproxima dos R$ 2,67, quase o preço praticado no Brasil, mas muito acima do que tem sido pago por um povo acostumado a combustíveis baratos.

Os quase US$ 3 por galão (3,79 litros) superam os preços pagos pelos americanos durante o boicote árabe ao fornecimento de petróleo aos EUA na década de 70.

A oposição democrata diz que Bush teve cinco anos para reduzir o preço dos combustíveis, mas só favoreceu a indústria petrolífera.

A senadora democrata Barbara Mikulski (Maryland) perguntou: O que aconteceu com o petróleo do Iraque, presidente? O sr. disse que o petróleo iraquiano pagaria os custos da guerra. Nós não vimos nem dinheiro nem petróleo. As famílias estão apavoradas.

Ainda esta semana, as principais petrolíferas americanas deverão divulgar o balanço do primeiro trimestre, e analistas acreditam que o lucro conjunto delas subirá 19%, para US$ 16 bilhões. Bush, que já comandou empresas da área energética, insinuou que poderia estar ocorrendo uma cartelização de preços. Por isso, sugeriu que o Congresso revogue a isenção fiscal a elas concedidas pelo período de dez anos. Entra dinheiro cada vez mais, disse o presidente. Os contribuintes não precisam pagar por certas despesas das companhias energéticas. Ele sugeriu aos congressistas que ampliem o corte de impostos para a aquisição de carros híbridos, muito mais econômicos que os movidos a gasolina, uma medida popular que também é apoiada pelos ambientalistas. E pediu à Agência de Proteção Ambiental que relaxe os padrões de emissão de poluentes nos Estados se isso contribuir para aliviar uma possível escassez de combustíveis.