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Corsa Classic ganha motor flex e se torna o carro mais barato da GM

O Classic, versão sedã do antigo Corsa, chega ao mercado com motor bicombustível, que roda com álcool ou gasolina, e preço de tabela R$ 2,6 mil abaixo do anterior, movido só a gasolina.

Será vendido a R$ 24.990 e passa a ser o carro mais barato da General Motors. Com esse lançamento, a GM completa sua gama de produtos nacionais com motor flex. Apenas o importado Omega não terá a tecnologia.

Dez anos após seu lançamento, o carro é o segundo mais vendido da marca, atrás do Celta.

Desenvolvido no Brasil sobre a plataforma do antigo Corsa, o Classic é fabricado também na Índia, China, Argentina, México, África do Sul e região Andina. No ano passado foram vendidas 250 mil unidades, das quais 62 mil no mercado brasileiro. É o único caso de uma versão criada no Brasil e produzida em outros países emergentes.

A relação custo/benefício garante a longevidade do Classic, afirma o presidente da GM, Ray Young. Ele é um cavalo de trabalho, diz, acrescentando que a montadora tem planos de produzi-lo pelo menos até 2010.

No mercado automobilístico há especulações de que o modelo sairia de linha após a chegada do Celta sedã, no fim do ano.

Depois do lançamento do novo Corsa, totalmente renovado, a GM manteve só essa versão de design antigo e decidiu rebatizála apenas como Classic. Quando de seu lançamento, em 1995, o título Classic identificava a versão sedã do modelo. Hoje, o decano responde por 60% das vendas de toda a linha Corsa.

Young calcula que 95% das vendas da marca este ano serão de modelos com motor flexível, 4% a diesel e 1% a gasolina.

Além do Omega, a versão 1.6 do Classic será mantida com motorização à gasolina. A tecnologia flex vai ser padrão para todo o mercado, afirma Young. Para ele, o consumidor precisa aprender a lidar com as oscilações de preço de combustíveis. Hoje o álcool está em alta por causa do período da entressafra, mas o mesmo pode ocorrer com a gasolina, ressalta.

Segundo o executivo, a vantagem do flex é justamente a opção de escolher o que é mais vantajoso. Young lembra ainda que, nos Estados Unidos, onde a gasolina está em alta, as montadoras estão se empenhando em desenvolver carros bicombustível. O país tem a tecnologia híbrida, que adota gasolina e eletricidade, mas ainda é muito cara para o consumidor.

Para ajudar o consumidor na hora de abastecer, a GM introduziu nos modelos da linha 2006 etiqueta que pode ser colada no retrovisor com variações dos preços dos dois combustíveis. Não é preciso fazer conta, basta ver os preços cobrados no posto e seguir uma linha da tabela que indicará a melhor opção, informa o diretor de Marketing, Samuel Russel.

EXPORTAÇÃO

Crítico da taxa cambial, o presidente da GM diz que este ano não vai reclamar mais. Desisto, declara ele. A empresa vai gerenciar as exportações com base no real a R$ 2,25 e parar de exportar para mercados que não apresentarem lucratividade. Entre os clientes que deixarão de ser abastecidos pela filial brasileira estão Venezuela, Índia e Egito. Esses países vão comprar veículos da subsidiária da GM coreana, a preços mais competitivos.

Este ano, a GM projeta redução de 20% no volume das exportações – que em 2005 somaram 200 mil veículos -, e de 10% no faturamento, que chegou a US$ 1,6 bilhão. A queda em valores foi menor porque reajustamos os preços, explica Young.

A GM encerrou o ano em segundo lugar entre as montadoras brasileiras de automóveis e comerciais leves, com 22,5% de participação no mercado, atrás da Fiat, com 23,5%.

Já as operações do grupo no Mercosul surpreenderam a matriz americana ao ficarem em quarto lugar em vendas, com 420 mil unidades, atrás dos EUA, China e Canadá. Se os mercados do Brasil e da Argentina continuarem crescendo este ano, como esperamos, há possibilidade de ficarmos em terceiro lugar, informa Young.