Os paulistanos tiveram em 2005 a menor inflação em sete anos. O Índice do Custo de Vida do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (ICV-Dieese) fechou o ano com alta de 4,54%, praticamente igual ao do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (4,53%). Foi o terceiro índice a apontar recorde de baixa em 2005. O Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGPDI) subiu só 1,22% em 2005, a menor marca da história.
O resultado do ICV ficou abaixo do esperado, que era entre 5% e 5,5%, observa a coordenadora ICV-Dieese, Cornélia Nogueira Porto. Para 2006, ela prevê inflação ainda menor, entre 3% e 3,5%. As tarifas reajustadas pelo IGP não têm por que ter grandes aumentos e a renda continua reprimida, o que dificulta os reajustes de preços. Apesar da tendência de desaceleração, a perspectiva é que a inflação deste mês seja maior que a de dezembro. No mês passado, o ICV subiu 0,19% e a economista projeta alta de 0,6% para este mês, por causa dos aumentos dos planos de saúde e das mensalidades escolares.
Mas deve ficar abaixo do registrado em janeiro de 2005 (0,91%).
segundo a pesquisa do Dieese, a inflação em 2005 foi mais baixa para famílias de menor renda, que ganham em média R$ 377,49 e tiveram alta de 3,8% no custo de vida. Já as famílias do estrato mais alto, que recebem, em média, R$ 2.790,90 por mês, tiveram de 4,94%.
Cornélia diz que a inflação das camadas mais pobres foi menor por causa dos alimentos e do reajuste das tarifas, apesar da maior pressão dos aumentos dos transportes coletivos. O ônibus urbano e o bilhete de metrô múltiplo de 10 na cidade de São Paulo aumentaram 17,65%. O custo de vida das famílias de classe média foi afetado pelo maior desembolso com combustíveis, educação e saúde. A gasolina aumentou 8,23% e o álcool combustível, 8,22%.
Além da classificação por renda, a pesquisa mostra que os preços de serviços e produtos administrados tiveram maior variação, de 6,43%, bem acima dos oligopólios (4,83%) e dos livres (3,75%).
IPCS 2006
A disparada nos preços dos alimentos (0,75% para 1,42%) levou à alta no Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S). O indicador subiu 0,69% na primeira quadrissemana de janeiro, ante 0,46% na semana anterior. O resultado surpreendeu o mercado, que esperava entre 0,35% e 0,57%. Para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o aumento era esperado, pois janeiro é tempo de preços altos no varejo.