A entrada da Bolívia no Mercosul como membro pleno poderia confirmar o Brasil, perante o mundo, como porta-voz das negociações de questões da América do Sul. “Com Bolívia e Venezuela no bloco, o Brasil se afirma como grande interlocutor dos interesses regionais, o que é muito positivo para o País”, diz o cientista político José Alves Donizeth, da Universidade de Brasília (UNB).
A Bolívia é membro associado do Mercosul, com um acordo de livre comércio. O que se discutido e é defendido pelo ministro Celso Amorim é a adesão como membro pleno, adotando a tarifa externa comum (TEC) e acordos do Mercosul. O tema será tratado na visita de Morales a Brasília nesta semana.
Donizeth disse não acreditar que Morales reestatizará empresas que hoje são da Petrobras. “Provavelmente haverá reajuste de preços e a Petrobras terá de fazer concessões, mas Morales não fechará as portas para o Brasil, pois precisa do país e é próximo do presidente Lula” diz.
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No governo brasileiro, quem defende novo status para a Bolívia avalia que isso aproximará ainda mais os dois países.
A aproximação casa com a política de liderança que Brasília indica buscar na região. Em dezembro ficou acertado que em 2006 começa processo semelhante da Venezuela. Amorim diz que nos dois casos é importante negociar temas técnicos.
